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Bissau: Aumenta pressão para Acordo de Conacri

Braima Darame (Bissau)
26 de maio de 2017

Após fim do prazo dado pela CEDEAO, União Africana reafirma determinação para que Presidente nomeie novo primeiro-ministro. Governo proibiu manifestação nas ruas, mas movimentos prometem protestos.

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Comunidade internacional: José Mário Vaz não respeita o apelo da sociedadeFoto: DW/F. Tchumá

Aumenta a tensão política na Guiné-Bissau após terminar, esta quinta-feira (25.05), o prazo de trinta dias dado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que se cumpra com o Acordo de Conacri assinado pelos atores políticos, com objetivo de acabar com a crise política e institucional na Guiné-Bissau.

Perante a teimosia do Presidente guineense, José Mário Vaz, em não escutar os apelos dos parceiros internacionais, dos partidos políticos e da sociedade civil, e em meio à acusações e ameaças entre as forças políticas em Bissau, o representante da União Africana (UA) no país, Ovidio Pequeno, lamenta a falta de respeito aos cidadãos.

"De que vale tanta arrogância, tanta falta de respeito, tanta falta de educação, tantos pronunciamentos que possam incitar a violência, tanta ausência de poder e de quórum que é exigido aqueles que têm a função de nos proteger, nos ajudar e de nos indicar os caminhos da paz e estabilidade social?", lamenta-se Ovídio Pequeno.

O representante da UA reafirmou a determinação dos parceiros na implementação do Acordo de Conacri: "Daí venha a necessidade de tudo fazer para não comprometer a geração futuro. Não podemos falhar".

Guinea-Bissau Anti Regierungs Protest
Manifestação contra o Presidente em Bissau (Março 2017)Foto: DW/A. Kriesch

Manifestação é proibida

Entretanto, o regime no poder proibiu esta sexta-feira (26.05) a manifestação pacífica agendada para este sábado (27.05) pelo Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI) para exigir a renúncia do Presidente e a reabertura das escolas públicas, em greve há mais de duas semanas.

Mesmo com o impedimento da marcha, o MCCI afirma que vão sair à rua este sábado (27.05.), disse o porta-voz, Sumaila Djaló, afirmando que a proibição é "ilegal".

"É uma decisão inconstitucional, que não vamos atender. Portanto, não há condições para cumprir essa ordem. Vamos sair à rua. Nós não vamos à revelia da ordem das nossas autoridades, mas sim, vamos cumprir com os dispositivos legais que nos assistam", garante.

Sumaila Djaló sustenta ainda que a marcha é mesmo para exigir a renúncia do Presidente, que, na opinião do MCCI, não tem condições para continuar a dirigir o país. "Há muito que não tem condições para continuar, desde que disse que não vai dissolver o Parlamento bloqueado há mais de dois anos, não nos deu outra escolha que seja pedir a sua demissão".

Partidos convocam cidadãos

26.05.2017 - Guiné-Bissau /ovídio Pequeno - MP3-Mono

Entretanto, em comunicado a que a DW África teve acesso em Bissau, os sete partidos que se opõem ao regime no poder, agrupados no Espaço de Concertação Política dos Partidos Democráticos, incluíndo o PAIGC, partido vencedor das últimas eleições legislativas, mas fora da governação, convocaram os seus militantes a se juntarem a marcha pacífica deste sábado.

"O Espaço exorta a todos os dirigentes, militantes e simpatizantes do PAIGC, do PCD, da UM, do PND, do PUN, do PST e do MP, e a todo o povo guineense, a se juntarem ao Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados e a saírem à rua neste sábado, 27 de maio, e nos dias subsequentes, para exigirem a reposição da ordem constitucional e assumirem o poder que lhes pertence, pois em democracia o poder pertence ao povo e só é legítimo quem respeita a vontade do povo", lê-se no documento.

O grupo de sete partidos acusou ainda o Presidente José Mário Vaz, de ter dado um golpe de Estado por ter, alegadamente, rejeitado, um acordo internacional para acabar com a crise política.

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