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Bissau: Jornalista necessita de tratamento no estrangeiro

Lusa | ms
8 de fevereiro de 2022

Jornalista ferida no ataque levado a cabo por homens armados contra a Capital FM, em Bissau, na segunda-feira, está em estado grave, sob cuidados médicos. O PAIGC condenou hoje o ataque e refutou explicações do Governo.

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Foto: Privat

O diretor-geral da rádio Capital FM, Lassana Cassamá, disse hoje à Lusa que jornalista ferida no ataque à estação por homens armados na segunda-feira (07.02) necessita de tratamento médico num centro especializado no estrangeiro. "A jornalista Maimuna Bari está em estado grave, sob cuidados médicos, os outros, por estarem fora do perigo, têm tido toda a assistência da rádio", afirmou.

Lassana Cassamá, que está atualmente em Portugal, adiantou que a direção da Capital FM e o Sindicato de Jornalistas do país estão a diligenciar no sentido "de uma eventual transferência para o estrangeiro" da jornalista Maimuna Bari.

O ataque à Rádio Capital aconteceu quase uma semana depois de uma tentativa de golpe de Estado. Pelo menos cinco pessoas, entre jornalistas, técnicos e pessoal administrativo, ficaram com ferimentos na sequência do ataque às instalações da rádio.

Ameaça ao exercício do jornalismo

A presidente do Sindicato de Jornalistas da Guiné-Bissau disse hoje que há uma ameaça ao exercício do jornalismo e pediu à comunidade internacional para "dar a cara" e apoiar o país e os profissionais da comunicação social.

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"Acontecem factos à luz do dia. Pessoas encapuzadas com armas entrarem numa estação mostra que estamos perante um perigo, há uma ameaça clara ao exercício livre e independente do jornalismo na Guiné-Bissau, mostra que há uma campanha contra a liberdade de imprensa e de expressão", afirmou Indira Correia Baldé.

Na segunda-feira, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) português apelou "à investigação e responsabilização dos autores do atentado contra a Rádio Capital FM" e lembrou que "um ataque a um órgão de comunicação social é um ataque à liberdade de imprensa, tida como um dos pilares da democracia em qualquer nação que escolha este regime de organização política, como é o caso da Guiné-Bissau".

PAIGC condena ataque

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) condenou hoje o ataque contra a Rádio Capital e refutou as explicações do Ministério do Interior, que considerou tratar-se de um "ato isolado".

Em comunicado, o secretariado-geral do partido condena "mais um ataque premeditado à Rádio Capital", que destruiu a estação emissora e provocou cinco feridos. O PAIGC "refuta ainda, neste particular, as explicações das autoridades, segundo as quais o ataque decorreu de um ato isolado."

O partido salienta que o ataque foi uma "retaliação às críticas que horas antes tinham sido proferidas pelos ouvintes contra a anunciada vinda de tropas da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] para a Guiné-Bissau, a coberto de uma alegada missão de estabilização do país".

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