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Cabinda: Inicia julgamento de ativistas do MIC

Simão Lelo
16 de junho de 2022

Tribunal da Comarca de Cabinda começou hoje o julgar os dois ativistas e membros do Movimento Independentista de Cabinda, António Tuma e Alexandre Dunge, acusados dos crimes de associação criminosa e rebelião.

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Angola Prozess MIC in Cabinda
Membros do Movimento Independista de Cabinda após o início do julgamentoFoto: Simão Lelo/DW

A audiência desta quinta-feira (16.06) iniciou com atraso, durou quatro horas e ficou marcada pela ausência de um dos acusados: o ativista do Movimento Independentista de Cabinda (MIC) Alexandre Dunge, que se encontra em tratamento médico depois de ter contraído uma infeção na penitenciária.

António Tuma, o outro acusado, afirmou em julgamento que foi detido em sua casa durante a madrugada do dia 6 de outubro de 2021 e que a causa da sua detenção é a luta que leva a cabo enquanto membro do MIC.

Depois de ouvido o arguido, a sessão foi suspensa unanimemente, devido à ausência de Alexandre Dunge e de um dos declarantes do Serviço de Investigação Criminal.

Angola | Mitglieder der Unahängigkeitsbewegung MIC
Alexandre Dunge não compareceu pois encontra-se em tratamento médicoFoto: Simao Lelo/DW

José Pedro, porta-voz do MIC, considera serem os arguidos presos políticos e que, diante das duas ausências, seria preferível que o julgamento tivesse sido adiado.

"Não se julga alguém sem o declarante. O declarante não compareceu, esse espírito de desprezo. E por outro lado, o outro detido ainda se encontra em estado grave ou crítico de saúde. Não cumpriram a formalidade. Vejo que tudo já está escrito. Só eles mesmos sabem e nós só poderemos ver o resultado final", criticou.

Críticas

Já o presidente do Movimento Independentista de Cabinda, Carlos Vemba, disse que não ficou surpreso com estes desenvolvimentos, por tratar-se de cidadãos que desejam falar das questões de Cabinda.

"Já se esperava toda essa encenação, até porque neste primeiro dia tudo ficou claro. Apenas cumpriu-se as formalidades e vamos esperar qual será o desfecho desta audiência", considerou.

"O MIC vai continuar a trabalhar, até porque são situações do género que tornam a organização mais forte", acrescentou.

O ativista Sebastião Macaia critica a atuação do Ministério Público no que se refere à acusação.

"Não há novidades. O Ministério Público primeiramente acusou-os de associação criminosa, terrorismo e desobediência, mas depois recuou e manteve apenas   associação criminosa e rebelião. São sempre as mesmas acusações que sofremos", disse.

Entretanto, a próxima audiência ficou marcada para a próxima quinta-feira (23.06) às 10h00, já com a presença de Alexandre Dunge e do declarante afecto ao Serviço de Investigação Criminal.

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