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Terroristas que atuam em Cabo Delgado visados pelos EUA

DW (Deutsche Welle) | ac
4 de março de 2022

Quatro membros do grupo terrorista ISIS foram sancionados pelos EUA como forma de travar o seu financiamento. Apesar de operarem na África do Sul, permitiam operações noutros países africanos, como Moçambique.

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Feierlichkeiten zum Tag der Streitkräfte in Mosambik
Foto ilustrativaFoto: Estácio Valoi/DW

Na terça-feira (01.03), o Departamento de Estado dos EUA emitiu um comunicado a enumerar diversos membros do grupo terrorista ISIS.

O intuito é de desmantelar redes de financiamento dos terroristas no continente.

Farhad Hoomer, Siraaj Miller, Abdella Hussein Abadigga e Peter Charles Mbaga são os quatro nomes apontados no comunicado. Os sujeitos são considerados "facilitadores financeiros do ISIS e ISIS-Moçambique (ISIS-M)" da África do Sul.

"Os membros e associados do ISIS na África do Sul estão a desempenhar um papel na facilitação da transferência de fundos do topo da hierarquia do ISIS para filiais em toda a África", lê-se no comunicado.

O documento estabelece ainda que os sujeitos mencionados forneceram apoio financeiro ou serviram como líderes de células do ISIS na África do Sul.

Recentemente, a ISIS tentou expandir a sua influência em África através de operações de larga escala em áreas em que o controlo governamental é limitado.

As células terroristas africanas dependem de esquemas para gerar financiamento. Estes podem ser roubos, extorsão dos locais, raptos com pedidos de resgates e financiamento da própria hierarquia.

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Quem são os sujeitos?

Na página da DefenceWeb, é possível verificar aquilo de que cada indivíduo é acusado.

Entre 2017 e 2018, Hoomer ajudou a organizar e começar operações em Durban, na África do Sul. Hoomer, o líder desta célula de terroristas, utilizou as suas propriedades e veículos para financiar as reuniões e operações do grupo.

Recrutou e treinou membros para se juntarem à célula terrorista e esteve em contacto com membros da ISIS na República Democrática do Congo e outros apoiantes dos terroristas na África do Sul.

O seu método de gerar fundos é organizar operações de rapto e pedidos de resgate, tal como extorsão de empresas.

Em 2018 foi preso com alguns dos seus associados pelo seu envolvimento com o plano de usar aparelhos incendiários perto de uma mesquita e edifícios comerciais.

Segundo os EUA, Miller é o líder de uma célula terrorista na Cidade do Cabo. Já assistiu membros da ISIS ao treinar membros para executarem assaltos para arranjarem dinheiro para o grupo. Em 2018 também forneceu edifícios temporários para abrigar terroristas.

Abadigga é etíope e recrutou jovens rapazes na África do Sul e mandou-os para campos de treinos com armas. Controlava duas mesquitas na África do Sul e usou a sua posição para extorquir dinheiro dos membros.

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Mbaga facilitou as transferências de fundos da África do Sul, disseram os Estados Unidos. Também procurou prestar apoio ao ISIS-M, ajudando o grupo a adquirir equipamento da África do Sul. Mbaga também procurou obter armas de Moçambique.

Envolvidos foram sancionados

Também está explicitado na DefenceWeb que, de acordo com a decisão dos EUA, todos os bens e interesses em propriedade dos indivíduos foram bloqueados, bem como quaisquer entidades de que estes possuam direta ou indiretamente 50% ou mais.

Qualquer pessoa co-proprietária de bens ou interesses com os quatro homens será igualmente bloqueada e comunicada ao Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros.

Os EUA também bloquearam efetivamente quaisquer transações em trânsito nos EUA envolvendo os homens ou as suas relações comerciais, enquanto qualquer cidadão americano que participe nestas operações poderá também ser sancionado.

Financiamento para fora

Embora a África do Sul tenha enfrentado ameaças terroristas relativamente limitadas em casa, os peritos em segurança dizem que as redes no país ajudam a fornecer finanças e logística a grupos que operam noutros locais do continente, tais como em Moçambique, adianta a DefenceWeb.

A África do Sul autorizou o destacamento de até 1.495 soldados para ajudar a combater os insurgentes na província de Cabo Delgado como parte da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Moçambique (SAMIM).

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