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Cabo Delgado: Governo alerta para "terroristas infiltrados"

31 de março de 2021

Continuam a chegar a Pemba centenas de deslocados que fogem da insegurança na vila moçambicana de Palma. Secretário de Estado está preocupado com movimentação de terroristas, que podem fazer-se passar por vítimas.

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Deslocados continuam a chegar a PembaFoto: DW

O secretário de Estado em Cabo Delgado, Armindo Ngunga, chama a atenção dos intervenientes no processo de desembarque dos deslocados por forma a evitar a movimentação de terroristas fazendo-se passar por vítimas. "Isto aqui é guerra. Estes aviões de barcos trazem pessoas vítimas, mas também podem trazer pessoas que estavam no outro lado, podem trazer terroristas", sublinhou.

Para Armindo Ngunga, todo o cuidado é pouco. "É preciso passar a pente fino, revistar. Não pode falhar nada, senão estaremos aqui a acomodar terroristas. Os nossos homens de defesa e segurança devem fazer o seu trabalho e é melhor deixá-los fazerem", acrescentou.

Há uma semana, os terroristas invadiram a vila sede distrital de Palma, provocando mortes, destruição e pânico entre a população local. Desde então, uma vaga de deslocados tem chegado a Pemba, a capital provincial de Cabo Delgado.

Deterioração da crise

O secretário de Estado em Cabo Delgado convocou uma reunião de emergência, na terça-feira (30.03), com as agências humanitárias que operam na província para discutir como lidar com a deterioração da crise.

Armindo Ngunga I Provinzstaatssekretär in Cabo Delgado
Armindo Ngunga, secretário de Estado de Cabo DelgadoFoto: DW

Os representantes das agências humanitárias reafirmaram a sua prontidão e disponibilidade de meios humanos e materiais para prestar assistência às pessoas que chegam.

"É necessário a imediata identificação daqueles grupos mais vulneráveis dentre aqueles que estão a fugir do conflito em Palma", disse Eduardo Burmeistein, representante de uma agência humanitária.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha espera receber em abril três mil kits, cada um composto por uma lona, dois cobertores, duas redes mosqueteiras, duas esteiras, duas barras de sabão, um balde e um conjunto de cozinha, para 3.000 famílias.

Mas para que essa assistência às vítimas do terrorismo em Palma decorra num ambiente ordeiro, Ngunga exige maior sincronia entre as organizações humanitárias e o Governo.

"Temos de definir os procedimentos para evitarmos congestionamento no porto, numa altura imprópria e, se calhar, de forma desnecessária. Há uns que podem intervir à chegada, outros podem intervir mais tarde, precisamos desse tipo de organização", o secretário de Estado.

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