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Habitantes temem que terroristas se aproximem de Pemba

DW (Deutsche Welle)
13 de junho de 2022

Ataques no distrito de Ancuabe fazem soar o alerta. População está em fuga. Cidadãos percorrem a Estrada Nacional 1 com trouxas na cabeça em busca de refúgio.

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Refugiados na província moçambicana de Cabo Delgado
(Foto de arquivo)Foto: DW

Nos últimos dias, duas pessoas foram mortas na aldeia de Muaguide, numa empresa de exploração de grafite.

A situação provocou pânico em aldeias próximas, incluindo na localidade de Sunate, também conhecida como Silva Macua, a cerca de 70 km da capital. O líder comunitário Guilherme Paulo disse que muitos residentes estão a abandonar o local.

"A população aqui no Silva Macua abandonou. Como é tempo de guerra, têm medo porque cortaram cabeças de dois guardas da [empresa]", disse.

O responsável referiu-se ainda a outro episódio de violência registado na aldeia de Ntutupue, também no distrito de Ancuabe: "Capturaram quatro homens: dois foram [decapitados] e outros dois foram [libertados] e já estão aqui".

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Até agora, ambos os ataques não foram confirmados pelas autoridades.

Mas o trânsito ao longo da Estrada Nacional 1 – concretamente no troço Silva Macua a Muepane, no distrito de Metuge – foi condicionado devido ao medo cada vez mais presente de um ataque ao longo do troço.

À procura de um local seguro

Ao longo da estrada, entre Metoro a Muepane, pessoas de todas as idades caminham a pé, com trouxas na cabeça, para escapar às investidas dos insurgentes. 

Empreendedores que têm desenvolvido os seus negócios no Silva Macua também estão em fuga: "Aqui, muitos vendedores abandonaram", conta o residente Rachide Manuel. "Todas as barracas grandes que têm dinheiro já [fecharam]. Vieram com os seus camiões e rebocaram as suas mercadorias. Só ficaram mais ou menos três barracas."

Esta segunda-feira deveria ter sido um dia normal de aulas, mas, na Escola Primária e Secundária de Sunate e Silva Macua, as portas permaneceram encerradas, com os alunos e as suas famílias em fuga pela vida.

"Cabo Delgado tornou-se uma negação do Estado de Direito"