1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Nyusi: Insurgência em Cabo Delgado visa enfraquecer FRELIMO

Lusa
25 de agosto de 2022

Presidente moçambicano defende que a insurgência armada que aterroriza Cabo Delgado visa enfraquecer a governação da FRELIMO. Filipe Nyusi responsabiliza "inimigos" do partido no poder pela agressão.

https://p.dw.com/p/4G1lH
Filipe Nyusi: "De certeza não foi por acaso que as ações terroristas começaram em 5 de outubro"Foto: DW

"Porque a onda de manifestações e outras tentativas de criar desordem nunca surtiram efeito para enfraquecer a FRELIMO e o povo, os nossos inimigos montaram a agressão terrorista", declarou Filipe Nyusi, durante a abertura de um seminário para órgãos sociais da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), um encontro de dois dias que termina esta quinta-feira (25.08) em Maputo.

Para o chefe de Estado moçambicano, embora não haja clareza nos objetivos destes grupos rebeldes, os ataques armados visam "enfraquecer a FRELIMO", justificando o seu argumento com o facto de o primeiro ataque rebelde em Cabo Delgado ter sido realizado no dia em que aquela força política encerrava o seu 11.º Congresso em Maputo. 

"De certeza não foi por acaso que as ações terroristas começaram em 5 de outubro, exatamente no dia em que terminava o 11.º congresso da FRELIMO", frisou o chefe de Estado moçambicano.

População em fuga no norte de Moçambique

Insurgência

O conflito armado em Cabo Delgado começou em 5 de outubro de 2017, um dia depois das celebrações do feriado da paz, quando três homens armados dispararam contra um posto policial da vila sede de Mocímboa da Praia, no norte da província de Cabo Delgado.

Em simultâneo, três outras incursões rebeldes contra posições das forças governamentais nas proximidades estavam em curso, dando, assim, início a um conflito que deixaria milhares de mortos e deslocados no Norte daquela província.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

"Cabo Delgado tornou-se uma negação do Estado de Direito"

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, incluindo Mocímboa da Praia, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio.

Prorrogação da missão da SADC

A FRELIMO, partido no poder, saudou a prorrogação do mandato da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) no país (SAMIM), considerando que a decisão vai "consolidar" os resultados alcançados no combate a insurgência em Cabo Delgado. 

"A Comissão Política [do partido] saúda a decisão da prorrogação do mandato da missão militar e acredita que a medida vai consolidar cada vez mais as conquistas alcançadas no combate à ação terrorista", refere-se numa nota enviada à comunicação social.

Os países da SADC aprovaram, no dia 17 deste mês, a prorrogação do mandato da missão militar da organização em Cabo Delgado, durante a 42.ª cimeira ordinária de chefes de Estado e de Governo da SADC, que decorreu na capital da República Democrática do Congo.

"Todos os moçambicanos têm uma história para contar"

Saltar a secção Mais sobre este tema