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Moçambique: Total anuncia retirada por "força maior"

Lusa
26 de abril de 2021

A petrolífera francesa Total anunciou hoje motivos de "força maior" para ter retirado todo o pessoal do norte de Moçambique, após o agravamento das ações terroristas, com o ataque a Palma, junto ao projeto de gás.

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Mosambik Palma | nach Angriff von Rebellen
Campo de gás natural liquefeito de Afungi, Cabo Delgado, MoçambiqueFoto: Grant Lee Neuenburg/WFP/REUTERS

Avaliado em 20 mil milhões de euros, trata-se do maior investimento privado em curso em África.

"Considerando a evolução da situação de segurança no norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de todo o pessoal do projeto Moçambique LNG do local de Afungi. Esta situação leva a Total, como operadora do projeto Moçambique LNG, a declarar força maior", lê-se num comunicado desta segunda-feira (26.04) da multinacional francesa.

"A Total expressa a sua solidariedade para com o Governo e povo de Moçambique e deseja que as ações desenvolvidas" pelo país e parceiros "permitam o restabelecimento da segurança e estabilidade na província de Cabo Delgado de forma sustentada", conclui, sem mais esclarecimentos.

Afrika Mosambik Palma  IS Islamischer Staat
Vila de PalmaFoto: JOHN WESSELS/AFP via Getty Images

'Force majeure' 

É a primeira vez que a petrolífera recorre ao conceito de 'force majeure', em português força maior, usado em direito para justificar o incumprimento de determinadas obrigações com fatores externos.

Uma semana depois do ataque de 24 de março contra a sede de distrito de Palma, a petrolífera retirou todo o pessoal e abandonou por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás na península de Afungi, seis quilómetros a sul da vila. 

Declarar motivos de força maior implica uma suspensão mais pesada e
permite que a Total cancele os contratos.

Força maior era "a única maneira de proteger melhor o projeto até que o trabalho possa ser retomado", acrescentou um porta-voz da multinacional.

Planos em banho Maria

O projeto tinha até agora início de produção previsto para 2024 e é nele que estão ancoradas muitas das expetativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.

Os ataques afetaram os planos da Total e do rival Exxon Mobil, que também tem um projeto de LNG em Moçambique, de transformar o país num grande produtor. 

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, prometeu este mês trabalhar para restaurar a paz no país após o último ataque terrorista.

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