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Cabo Delgado: Standard Bank empurra projeto de gás para 2023

Lusa
14 de junho de 2022

O Standard Bank prevê que o projeto de gás natural liquefeito (GNL) liderado pela Totalenergies em Cabo Delgado, norte de Moçambique, só seja retomado em 2023, se houver segurança.

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Projeto de gás Natural Liquefeito em Afungi, Moçambique
Projeto de gás Natural Liquefeito em Afungi, MoçambiqueFoto: Grant Lee Neuenburg/WFP/REUTERS

"Os mais recentes ataques terroristas em Cabo Delgado podem levar a Totalenergies a um atraso adicional na construção do empreendimento de gás natural liquefeito (GNL) de Afungi", lê-se na mais recente nota de análise do banco.

"Caso haja condições de segurança, ainda podemos ver a construção ser retomada durante 2023", mas "as expectativas iniciais eram que a construção seria retomada durante o último trimestre" de 2022, recorda, acerca do investimento de 20 mil milhões de euros em que residem muitas esperanças do país para dinamização da economia.

O megaprojeto foi suspenso há um ano devido a um ataque armado violento (com um número de mortes nunca revelado) contra a vila de Palma, base de parte das empresas construtoras, junto aos estaleiros e à zona de obras.

Totalenergies
A multinacional suspendeu há um ano o projeto de produção de gás natural após ataque armadoFoto: Christophe Archambault/AFP/Getty Images

Situação melhor, mas não o suficiente

A insurgência armada, que grassa desde 2017, por vezes reivindicada pelo grupo extremista Estado Islâmico, continua a provocar ataques na região, apesar de a ofensiva militar com apoio estrangeiro ter empurrado os grupos rebeldes para esconderijos nas matas.

Ruanda e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) apoiam Moçambique no combate desde há um ano, além de formação militar oferecida pela União Europeia (UE) e Estados Unidos da América.

A situação tem melhorado, mas não o suficiente.

O presidente-executivo da Totalenergies, Patrick Pouyanné, disse em janeiro que quer ir "a Palma, Mocímboa da Praia e Mueda: quando vir que a vida está de volta ao normal, com serviços do Estado e população, aí o projeto pode recomeçar".

Na mesma nota de análise, o Standard Bank revê em alta a inflação prevista para este ano em Moçambique, para 11,7%, por causa do aumento dos alimentos e combustíveis provocado pela guerra na Ucrânia.

A inflação em ascensão e um investimento estrangeiro abaixo do previsto, devido aos atrasos nos projetos de gás, leva o banco a reduzir as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique, estimando agora que cresça 3,3% em relação a 2021, em vez dos 3,4% que se anteviam.

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