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Cabo Verde aproxima-se da CEDEAO, diz Presidente

1 de novembro de 2017

Jorge Carlos Fonseca defende que o arquipélago tem de ter várias ancoragens nas relações com o mundo e ser "mais atrevido" na sua política externa.

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Jorge Carlos Fonseca, chefe de Estado cabo-verdianoFoto: Nélio dos Santos

As declarações de Jorge Carlos Fonseca foram feitas num almoço com os jornalistas (a 26.10) que visou assinalar o primeiro ano do seu segundo mandado presidencial. Foi um almoço que durou mais de duas horas. Durante 80 minutos, o Presidente Jorge Carlos Fonseca falou sobre vários assuntos, sem tabu, respondendo às perguntas dos jornalistas sem titubear.

A política externa foi um dos temas da ementa. "Eu sempre tive a ideia de que um país como Cabo Verde, pequeno, com poucos recursos e com necessidade de investimento direto estrangeiro e de parcerias, não pode ter uma ancoragem. Nós somos um país destinado a ter muitas ancoragens, vai dependendo, em cada momento, daquilo a que correspondem os interesses superiores de Cabo Verde", afirmou Jorge Carlos Fonseca.

O Presidente entende que Cabo Verde não pode elencar determinados países como prioritários, do ponto de vista de relacionamento externo, como fazem alguns Estados africanos. "Por exemplo, recentemente, no discurso de tomada de posse, o novo Presidente angolano enumerou, até por uma certa ordem, as prioridades do ponto de vista do relacionamento externo. Para nós, temos que entender que é difícil", avaliou o chefe de Estado.

Straßen in Praia, Hauptstadt von Kap Verde
Praia, capital de Cabo VerdeFoto: DW/N. dos Santos

Em Cabo Verde, o discurso do Governo e do Presidente fazem clara referência a "relações muito importantes com a União Europeia", com quem o país tem uma Parceria Especial, que este ano assinalou 10 anos.

"Creio que é um relacionamento muito importante para o futuro, mas também a CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental], a China, os Estados Unidos de América, a CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], as relações com Portugal, Angola e Brasil são todas importantes", defendeu Jorge Carlos Fonseca.

Em namoro com a CEDEAO

O espaço da África Ocidental está a tornar-se cada vez mais importante para os interesses cabo-verdianos. Discute-se atualmente no meio político e social do país a presidência da comissão da CEDEAO, um facto "muito novo" em Cabo Verde. "Há una anos não se pensava nisso, nem sequer em ter um comissário", lembrou Jorge Carlos Fonseca.

Cabo Verde aproxima-se da CEDEAO, diz Presidente

O que significa que, "nos últimos anos, há uma aproximação muito mais forte de Cabo Verde em relação à CEDEAO, por se entender que é importante".

Esta aproximação é relevante a vários níveis, nomeadamente para a "integração económica e política, a questão da paz, segurança e estabilidade da sub-região", mas também para a consolidação de outras parcerias, pois "a própria União Europeia entende que para o aprofundamento da Parceria Especial seria importante que Cabo Verde tivesse uma integração mais forte a nível da CEDEAO", explicou o chefe de Estado.

A partir de fevereiro de 2018, Cabo Verde deve assumir a presidência da Comissão da CEDEAO, numa altura em que as relações com a União Europeia dão mostras de maior aproximação. Também no próximo ano, Cabo Verde assume a presidência rotativa da CPLP.

Um Cabo Verde "mais atrevido"

O Presidente da República advoga que Cabo Verde deve ser "mais atrevido do ponto de vista da política externa". Nesse sentido, o país lusófono pode procurar "outras parcerias, tentar ver a Índia, a Turquia, alguns países latino-americanos como Colômbia e a Argentina", com os quais Cabo Verde não tem ainda "nenhum relacionamento”, argumentou Jorge Carlos Fonseca.

Ao mesmo tempo, Cabo Verde enraiza tradicionais parcerias. O arquipélago lusófono foi o primeiro país do mundo a conseguir o segundo compacto do programa norte-americano Millennium Challenge Account, um programa de apoio norte-americano que pretende ajudar a combater a pobreza.

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