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Cabo Verde volta a registar casos de dengue

14 de fevereiro de 2017

Entre finais de dezembro e meados de fevereiro foram confirmados 23 casos. O ministro da Saúde afirma que já foram tomadas medidas de prevenção. Zika está controlado.

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Foto: picture-alliance/dpa/picture alliance / United Archive

Cabo Verde registou, entre finais de dezembro de 2016 e meados de fevereiro deste ano, 23 novos casos de dengue, confirmou o ministro cabo-verdiano da Saúde, Arlindo do Rosário, à margem da visita do diretor-geral da Organização Oeste Africana da Saúde, Xavier Crespin, a Cabo Verde.

Segundo o governante, para além dos 23 casos registados, tem havido várias notificações, o que é, na sua opinião "positivo", pois "significa que o serviço de vigilância está atento e a tentar ao máximo despistar os casos".

Em 2009, uma epidemia de dengue assolou o arquipélago cabo-verdiano, com o registo de mais de 21 mil casos suspeitos. Destes, 170 evoluíram para febre hemorrágica e cinco pessoas morreram. No entanto, desde 2011 que não se registavam casos no país. O dengue é transmitido pelo mosquito aedes aegypti, o mesmo responsável pela transmissão da febre-amarela, chikungunya e zika.

Segundo o ministro da Saúde, a realidade atual difere da vivida em 2009, pois tratando-se do mesmo vírus, existe "alguma capacidade de imunidade colectiva", o que permite "controlar num tempo mais curto os casos que vão surgindo”.

14.02.17 CV Dengue - MP3-Mono

Neste momento, as autoridades cabo-verdianas reforçaram já a campanha de informação e desinfecção no país, que tem como objetivo chamar a atenção das pessoas para a necessidade de estarem alerta.

"É preciso estarmos atentos e trabalharmos com força. Passámos a informação dizendo o que se passa e cumprimos o regulamento sanitário internacional”, dá conta o minsitro da Saúde, Arlindo do Rosário, acrescentando que o trabalho do Governo tem sido apreciado além-fronteiras. "Os nossos parceiros, sobretudo os emissores de turistas, ficaram extremamente bem impressionados com a informação atempada. A Organização Mundial de Saúde tem assinalado isso e é nesse sentido que iremos continuar a trabalhar”, afirma.

Malária e zika controlados

Quanto ao zika e paludismo (malária), o ministro cabo-verdiano afirma que não há razões para alarme. "Desde o mês de maio do ano passado que não tivemos nenhum caso (de zika), é uma epidemia que está muito bem controlada. Em relação ao paludismo, que é transmitido por outro mosquito, sempre tivemos casos autóctones e casos importados com oscilações de ano para ano, mas é uma situação perfeitamente controlada e está dentro do quadro da evolução do paludismo em Cabo Verde".

Em 2016, foram registados em Cabo Verde apenas 870 casos de zika contra 6.750 ocorridos em 2015. Desde junho último, os serviços de saúde não registaram qualquer caso no país.

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Desde maio do ano passado que não se registam casos de zika em Cabo Verde.Foto: picture alliance/dpa/AP Photo/F. Dana

Xavier Crespin esteve em Cabo Verde para a assinatura de um memorando de entendimento com as autoridades cabo-verdianas que visa ajudar a melhorar a segurança sanitária e a produção de medicamentos de qualidade, incluindo questões de regulação farmacêutica e controlo de qualidade no país.

Formação "Faith Cooper" aborda temática das epidemias

Cabo Verde recebe durante as próximas duas semanas uma formação que visa a preparação e gestão de desastres na África Ocidental. Pretendendo capacitar as diferentes regiões a providenciar uma adequada resposta a situações de desastre, epidemias e pandemias, esta iniciativa, de nome Faith Cooper, e que, em Cabo Verde, se realiza em parceria com o Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB), já treinou mais de 1.300 pessoas em 14 países.

O ministro da Administração Interna de Cabo Verde, Paulo Rocha, realçou, a este propósito, a importância da realização de "ações preventivas". "A prevenção de catástrofes, a resposta e recuperação atempadas e eficazes somente serão possíveis através da partilha de informações, de experiência, de recursos humanos e materiais entre instituições e países", apontou o ministro.

O programa da CEDEAO e do Instituto Kofi Annan, que tem por base o plano de ação e redução dos riscos de desastres da CEDEAO (2015 - 2030), acontece há dois anos.

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