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Carvão mineral de Moçambique para exportação

14 de setembro de 2011

O primeiro carvão mineral das minas de Moatize, exploradas pela brasileira Vale, foi exportado esta quarta-feira (14.09.) através do porto da Beira. Receitas deverão dar incremento ao Produto Interno Bruto do país.

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É de comboio que o carvão moçambicano passará a ser transportado até ao porto da Beira
É de comboio que o carvão moçambicano passará a ser transportado até ao porto da BeiraFoto: Ismael Miquidade

Depois de uma luta titânica entre a empresa brasileira Vale e a indiana RITES, que reabilitava a linha ferroviária de Sena, o carvão de Moatize, na província de Tete, já passa por este importante corredor ferroviário do centro do país. As primeiras 35 mil toneladas de carvão seguiram esta quarta-feira para o porto da cidade da Beira e, de lá, para o Dubai.

De acordo com a Vale, esta exportação marca o fim da primeira fase da implementação da Mina Carvão Moatize. Apesar de a exploração ter começado há pouco tempo (2008), a Vale já tem outros projetos ambiciosos no setor mineiro moçambicano. Como conta o diretor de operações da Vale, Paulo Horta, entre outros, “uma possível produção de fosfato no norte de Moçambique e a geração de energia térmica através do carvão”, um projeto que, segundo Horta, está a ser estudado e que poderá vir a ser implementado na região de Moatize.

Uma questão de viabilidade

Contudo, estes planos estão dependentes da viabilidade técnica e económica. A mina começou as atividades em maio último e prevê explorar 11 milhões de toneladas de carvão metalúrgico e térmico por ano. Espera-se que a exploração deste minério venha impulsionar a economia moçambicana.

De acordo com o Diretor nacional de Minas do Ministério dos Recursos Minerais, Eduardo Alexandre, citado pela agência de notícias Lusa, as exportações de carvão “vão mais do que duplicar a contribuição do setor mineiro para o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique”, que, em três anos, passará “dos atuais três por cento para sete por cento”.

Sob o ponto de vista de benefícios sociais, a empresa brasileira garante estar a dar o seu contributo. Tendo em vista que “Moçambique tem carência de mão-de-obra especializada em mineração”, a Vale fez um programa de treinamento técnico, operacional, no sentido de promover e transferir conhecimento “para que os moçambicanos possam operar e gerir um empreendimento deste porte”, disse Horta.

A mina de Moatize, uma das maiores reservas de carvão do mundo, é o maior projeto da empresa brasileira no setor do carvão mineral. Para além de usar a linha de Sena, ou Corredor da Beira, a brasileira Vale deverá futuramente usar também o Corredor de Nacala, no norte do país, para escoar o carvão.

Autora: Nádia Issufo

Edição: Marta Barroso/António Rocha