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Casos da Covid-19 sobem para 18 na Guiné-Bissau

Lusa | kg
4 de abril de 2020

Com novos três infetados, a Guiné-Bissau é o país dos PALOP com o maior número de pacientes com o coronavírus. Moçambique regista primeiro recuperado e São Tomé e Príncipe tira 148 cidadãos da quarentena.

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Soldado anda nas ruas de Bissau
Assim como outros países dos PALOP, Guiné-Bissau declarou estado de emergênciaFoto: DW/B. Darame

As autoridades sanitárias guineenses anunciaram este sábado (04.04) que subiu de 15 para 18 o número de pessoas que testaram positivo para o novo coronavírus. 

Alguns dos infetados estão a demonstrar resistência para serem transferidos para o hospital, segundo o Centro Operacional de Emergência de Saúde (COES). Entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), a Guiné-Bissau lidera o número de casos da Covid-19. 

Os médicos indicaram que todos os doentes apresentam um quadro clínico leve e que alguns são até assintomáticos. A Guiné-Bissau ainda analisa 37 casos suspeitos. Entre os infetados, dois são cidadãos estrangeiros. Os restantes são guineenses. 

Primeira recuperação em Moçambique

Este sábado, Moçambique anunciou a primeira recuperação de um dos dez pacientes com o novo coronavírus. O país não registou nenhum óbito. "Um dos casos já foi dado como curado. Essa pessoa está completamente recuperada", explicou Rosa Marlene, diretora nacional de Saúde Pública de Moçambique, em conferência de imprensa em Maputo. 

Em todo o país, 196 pessoas estão sob vigilância, todas sem problemas de saúde. O laboratório do Instituto Nacional de Saúde (INS) moçambicano testou 24 amostras suspeitas nas últimas 24 horas e todos deram resultado negativo.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, submeteu esta sexta-feira (03.04) ao Parlamento uma proposta de lei de amnistia para crimes puníveis com até um ano de prisão e às penas de até um ano de prisão para minimizar o impacto do novo coronavírus nas cadeias.

"Avaliando a situação do sistema penitenciário, caracterizada por desafios constantes relacionados com a gestão da superlotação dos seus estabelecimentos, constatamos que as penitenciárias constituem um local de alto risco para propagação de doenças infeciosas", afirmou em comunicado. 

Filipe Nyusi apelou aos órgãos de justiça para garantirem a celeridade nos processos judiciais e , quando aplicável, optarem por penas alternativas à prisão, uma medida para reduzir o número de reclusos nas cadeias moçambicanas.

"Em face da proposta que remetemos à Assembleia da República, vai o nosso apelo à sociedade civil e às autoridades comunitárias para que acolham, com carinho, os nossos compatriotas, ajudando-os a reintegrarem-se na sociedade", acrescentou o Presidente moçambicano. 

Angola ainda regista oito casos da doença e nenhum caso do novo coronavírus.

Transmissão comunitária em Cabo Verde

O ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, não descarta que o arquipélago esteja perante da primeira transmissão comunitária da Covid-19 por não estar claro o foco de infeção do sétimo caso da doença no país. Trata-se de uma cidadã chinesa de 56 anos, residente há cerca de cinco anos na cidade de Mindelo, ilha de São Vicente, e que apresentou os primeiros sintomas em 18 de março. 

A mulher e o marido, que não apresentam sintomas, vivem em Cabo Verde e não viajam ao exterior desde 2019. A filha do casal regressou em fevereiro da Alemanha também sem apresentar qualquer sintoma de infeção respiratória. 

Apesar de o estudo epidemiológico ainda estar em curso, Arlindo do Rosário admitiu que não se encontre, para este caso, a fonte de infeção, isso representaria a primeira situação de transmissão comunitária em Cabo Verde. "Se encontrarmos a fonte de infeção, o caso será tratado como de transmissão local. Não podendo encontrar a fonte de infeção, e isso está previsto, estaríamos numa situação de transmissão comunitária", apontou Arlindo do Rosário.  

O governante garantiu que esse cenário "não altera" a estratégia e o plano de contingência do Governo na gestão da pandemia no país. "Há muito que nós estamos a lidar com a situação como se já estivéssemos numa situação de transmissão comunitária", aludindo nomeadamente às medidas de isolamento social e de higiene que já foram adotadas e que, apontou, devem ser "reforçadas" pela população. 

Fim da quarentena em São Tomé e Príncipe

Em São Tomé e Príncipe, pelo menos 148 cidadãos são-tomenses que se encontravam em quarentena obrigatória foram autorizados este sábado a regressar à casa. As pessoas com casos suspeitos da Covid-19 estavam distribuídos em quatro centros criados pelo Governo.

"Como entenderão, 15 dias depois de saber que dentro de poucas horas vão ser libertos entre aspas, é um sentimento de muita euforia", disse o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus. "Foi uma atitude de cidadania, de sacrifício, de interiorização e de responsabilidade que todos nós devemos ter relativamente a uns e outros", acrescentou. 

São Tomé e Príncipe é o único país dos PALOP que não regista nenhum caso do novo coronavírus.  

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