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Castanha de cajú pode estimular economia da Guiné-Bissau

Braima Darame(Bissau)21 de setembro de 2016

Existem potencialidades para ampliar a produção do fruto e garantir investimentos. Ministro da Agricultura reconhece que isso depende da estabilidade política do país.

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Superfood geröstete Cashewnüsse
Foto: picture alliance/Bildagentur-online/Tetra Images

A Guiné-Bissau possui grandes potencialidades para ser líder mundial na produção e exportação de castanha de cajú. Este é um dos temas que estão sendo discutidos até esta quinta-feira, 22, em Bissau, durante a 10ª Conferéncia Mundial de Aliança da União Africana.

O evento reúne operadores internacionais do setor e autoridades, que buscam caminhos para ampliar a plantação do cajú e desenvolver a transformação do fruto na Guiné-Bissau, para a exportação da castanha. A investigadora Cristina Svessen, que participa da conferência, aponta que a transformação local do produto trará mais ganhos para a economia do país.

“A transformação do cajú iria contribuir para a criação de postos de trabalho, principalmente nas zonas rurais. Cerca de dois terços dos postos de trabalho criados seriam para mulheres. O investimento no cajú, neste país, pode ser uma grande oportunidade”.

Die Cashewnuss als Hoffnungsträger
Foto: Aprainores El Salvador

Segundo Svessen, “a Guiné-Bissau oferece enormes condições para a produção e transformação do cajú. O cajú da Guiné é o de melhor qualidade no mundo. É possível transformar a matéria-prima a preços competitivos. O país não tem mais nenhum produto desta importância”.

Investimentos dependem da establidade política

O ministro da Agricultura guineese, Rui Nené Djata, enaltece as potencialidades do país no setor de cajú. No entanto, ele alerta que primeiramente a Guiné-Bissau precisa garantir a estabilidade governativa para atrair investimento externo e gerar empregos.

“Uma coisa é certa: a Guiné-Bissau tem que ter estabilidade política. É uma condição prévia para conseguir atrair qualquer investidor. Mas há potencialidades enormes”, afirma.

Atualmente, cerca de 85 por cento da população guineense depende da castanha de cajú. Em 2015 o país exportou cerca de 175 mil toneladas de cajú e este ano, 2016, prevê exportar 200 mil toneladas. Contudo, a produção e comercialização ainda não satisfazem os produtores rurais.

Mesmo com a produção não satisfatória, a Aliança Africana para o cajú, que agrupa países como a Costa do Marfim, Gana, entre outros, coloca a Guiné-Bissau como o segundo produtor no continente, logo a seguir à Costa do Marfim.

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Rui Nené Djata entende que a produção do cajú precisa avançar: “Temos que melhorar a produção. A produtividade é muito baixa, 300 quilos, 600 quilos, por aí. Muito baixa. Temos que continuar a melhorar a produção, investindo para apoiar os pequenos camponeses a organizar os seus pomares”.

Principal produto guineense

Desde 1976, a castanha de cajú tornou-se o maior produto de exportação da Guiné-Bissau, detendo, sobretudo nos últimos anos, um peso expressivo na economia do país e na vida das populações. A título de exemplo, 180 mil das 200 mil toneladas produzidas em 2011, foram exportadas, trazendo para os cofres do Estado um montante de 156 milhões de euros. Para o Orçamento-Geral do Estado da Guiné-Bissau, a castanha de cajú contribui significativamente em 90%.

Os relatórios do Fundo Monetário Internacional (FMI) têm citado sempre este produto, o qual, consoante boa ou má campanha para a sua comercialização, influencia diretamente o Produto Interno Bruto (PIB) da Guiné-Bissau.

Observadores alertam sobre a necessidade de um “urgente reordenamento das plantações de cajú”, dado que, todos os anos, entre 30 e 80 mil hectares de florestas são destruídos com a abertura de clareiras e para a exploração de lenha, carvão e madeira. Hoje em dia, a realidade no terreno demonstra que o avanço das florestas de cajú lidera a pressão sobre as florestas naturais.

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