1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Merkel faz viagem "de negócios" à China

Guilherme Correia da Silva | DPA | AP | Reuters | Lusa
24 de maio de 2018

Face ao protecionismo crescente dos EUA, a Alemanha e a China estreitam os laços diplomáticos e comerciais. Primeiro-ministro chinês garante que a porta do país está aberta aos empresários alemães.

https://p.dw.com/p/2yHD7
Foto: picture-alliance/AP Images/J. Lee

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, recebeu esta quinta-feira (24.05) em Pequim a chanceler alemã, Angela Merkel. Aguardava-a uma passadeira vermelha, guarda de honra e uma parada militar.

A chanceler está na China para falar de negócios, algo que agrada ao primeiro-ministro chinês: "A China e a Alemanha devem continuar a promover os investimentos mútuos com uma mente aberta e mais tolerante. A porta da China está aberta e vai abrir ainda mais", afirmou Li Keqiang.

Merkel in China
Primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, recebeu chanceler alemã Angela MerkelFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

Contra protecionismo norte-americano

China e Alemanha parecem dar as mãos contra a política do Presidente norte-americano, Donald Trump, que coloca a "América primeiro".

Os sinais de um conflito comercial são cada vez mais evidentes. Esta semana, os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram que poderão subir os impostos sobre veículos importados, por motivos de segurança nacional. Isto, depois de subirem as taxas sobre as importações de aço e alumínio. Por enquanto, os países da União Europeia beneficiam de uma moratória. Mas o protecionismo crescente dos EUA não agrada nem à China, nem à Alemanha.

Merkel faz viagem "de negócios" à China

Além disso, não agrada a decisão do Presidente norte-americano de rasgar o acordo que limita o programa nuclear do Irão, em troca do levantamento de sanções económicas. Donald Trump disse que era um "mau acordo". Mas, em Pequim, a chanceler alemã, Angela Merkel, voltou a defender que mais vale ter um acordo na mão do que nenhum.

"A Alemanha tem a obrigação de continuar a implementar o acordo. Participámos durante anos nas difíceis negociações. O acordo não é perfeito, mas não há uma opção melhor", disse Merkel.

"Se os EUA impuserem mais sanções, algumas empresas europeias terão de sair do Irão, o que abre espaço a empresas de outras regiões para entrarem no mercado, incluindo a China."

Esta é a 11ª visita oficial de Angela Merkel à China em 13 anos de governação. Merkel foi acompanhada de uma delegação de 20 empresários. Esta sexta-feira, antes de regressar à Alemanha, estará em Shenzen, no sul, um motor da economia chinesa e berço de muitas empresas de tecnologia.

Chinareisen von Bundeskanzlerin Angela Merkel
Chanceler alemã numa das suas visitas à China, em 2006Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb/epa/R. Vennenbernd

Direitos humanos

A porta da China pode estar "aberta" aos investimentos alemães, mas é pela "porta pequena" que se fala de direitos humanos.

A organização Amnistia Internacional pediu a Merkel para, nos seus encontros, questionar os líderes chineses sobre a prisão domiciliária de Liu Xia, a viúva do Nobel da Paz Liu Xiaobo, que está detida há oito anos sem acusação formal.

A Alemanha tem pedido a libertação de Liu Xia. Mas, durante a conferência de imprensa com Angela Merkel, esta quinta-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, esquivou-se a uma pergunta sobre o caso. Disse apenas que, no diálogo sobre direitos humanos, ambos os países tentaram identificar áreas problemáticas "e encontrar soluções apropriadas com entendimento mútuo".

Saltar a secção Mais sobre este tema