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Chimoio: Um gesto "simbólico" contra a Covid-19

Bernardo Jequete (Chimoio)
29 de abril de 2020

Pandemia da Covid-19 apanhou toda a gente de surpresa. Com o aumento das despesas para combater a doença, vários funcionários resolveram doar metade do salário: "Se não há orçamento, ficamos com as mãos cruzadas? Não."

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Foto: DW/B. Jequete

Oito vereadores, dois assessores e o edil da cidade de Chimoio, João Ferreira, anunciaram que vão doar metade do seu salário para ajudar no esforço contra a propagação da Covid-19.

Ao todo, durante três meses, os 11 funcionários contribuirão com cerca de meio milhão de meticais (quase 7 mil euros), que serão usados para comprar produtos de higienização, além de luvas, máscaras e pulverizadores.

João Ferreira esclarece que há "carências em todo lado", nomedamente "de alguns produtos no que diz respeito a cloro ou Javel [lixívia]."

Orçamento da cidade aliviado

Segundo o edil de Chimoio, esta é uma ação voluntária, acordada numa das sessões do Conselho Autárquico. Piedade Nogueira, vereadora para a área das Atividades Económicas, diz que assim se poderá aliviar um pouco o orçamento da cidade e "apoiar naquilo que é a aquisição de bens ou produtos que podem servir para prevenir a pandemia do coronavírus."

Covid-19: Edil de Chimoio dá exemplo e pulveriza viaturas

A Covid-19 apanhou todos de surpresa e o dinheiro extra é necessário, lembra o vereador da Administração Territorial Municipal, Calton Vicente.

"Não existe um orçamento pré-definido para fazer frente a atividades do coronavírus, como sabem. Se não há orçamento, ficamos com as mãos cruzadas? Não. Temos que fazer alguma coisa."

Gesto simbólico

O analista Faizal Castigo diz que o gesto é louvável, apesar de ser sobretudo simbólico.

"Embora seja um valor irrisório, tem um investimento bastante grande do ponto de vista de simbologia, porque fica claro que, afinal de contas, a edilidade está comprometida com o bem-estar dos munícipes."

Outras autarquias poderiam seguir este exemplo, sugere o analista.

A cidade de Chimoio tem pouco mais de 300 mil habitantes e metade encontra-se numa situação de vulnerabilidade e precisa de apoio.