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Atrasos no recenseamento eleitoral em Moçambique

Nelson Carvalho (Nampula)27 de fevereiro de 2014

O recenseamento arrancou a 15 de fevereiro, mas não para todos. Na província de Nampula, há brigadas que ainda não funcionam pela falta de condições logísticas e pelas más condições nas estradas.

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Foto: DW

Chuvas, baixa adesão, avarias de computadores foram alguns dos problemas registados em vários pontos de Moçambique desde o início do recenseamento eleitoral.

Na província de Nampula, nos distritos de Malema e Mecubúri, o recenseamento só começou a 20 de fevereiro, cinco dias depois do arranque oficial do processo. Angoche é o distrito com mais atraso na distribuição de agentes de recenseamento.

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) em Nampula reconhece que não há condições para prestar assistência técnica e logística a algumas brigadas de recenseamento. Maria Isabel Tirano, diretora provincial do STAE, aponta como principal causa o estado deplorável em que se apresenta a maior parte das vias de acesso, que impede a circulação de viaturas.

"Em alguns distritos não conseguimos posicionar todas as brigadas para arrancarem no dia 15, devido a intensas chuvas que têm estado a cair na província de Nampula", explica a responsável. "Essas chuvas criaram intransitabilidade em alguns locais."

Wahlregistrierung in Nampula Mosambik
Computador portátil fora da mesa a ser recarregado: uma situação que, segundo testemunhas, acontece com muita frequênciaFoto: DW

Segundo Maria Isabel Tirano, como consequência, o pessoal de supervisão debate-se com enormes dificuldades para proporcionar qualquer tipo de bens alimentares aos agentes de recenseamento.

No distrito de Muecate, por exemplo, algumas brigadas estão à deriva e em condições de aparente abandono, segundo confirmou a diretora provincial do STAE em Nampula: "Não é possível supervisionar e dar assistência técnica e logística. A alguns sítios nem se consegue chegar com carros de tração às quatro rodas."

Mas há quem especule em Nampula que a avaria de equipamentos, a falta de tinteiros e a fraca logística à disposição dos brigadistas seria uma situação provocada por aquele órgão em conluio com a FRELIMO, o partido no poder, que sempre teve poucos votos na província mais populosa do país.

Avarias de cinco em cinco minutos

O cidadão António Mauro afirma que está a tentar recensear-se há mais de duas semanas. Explica que ainda não o conseguiu fazer devido à avaria do equipamento informático e ao rápido descarregamento das baterias dos computadores portáteis no posto de recenseamento eleitoral na Escola Primária de Carrupeia, em Nampula. "As máquinas avariam de cinco em cinco minutos", diz.

O eleitor Rito Lucas admite que, caso a situação continue como está, acabará por desistir de se recensear: "A resposta que temos recebido dos homens que lá estão no recenseamento é que as máquinas estão avariadas".

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Ainda assim, este eleitor apela a outros cidadãos que vivem perto de algumas brigadas em funcionamento a aderirem em massa ao recenseamento eleitoral: "Não podemos desistir, pois eles garantem as máquinas podem vir a ser reparadas".

Segundo as projeções do STAE, em Nampula está prevista a colocação de mais de 650 brigadas e perto de 2000 brigadistas para abranger um universo de dois milhões e duzentos mil potenciais eleitores.

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