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Chuvas em Luanda fazem 14 mortos e 8.000 desalojados

Borralho Ndomba
20 de abril de 2021

Catorze pessoas morreram em consequência do mau tempo que voltou causar o caos na capital angolana. As chuvas torrenciais desalojaram mais de 8.000 pessoas e a circulação em vários pontos de Luanda está interrompida.

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Foto: Boralho Ndomba/DW

A situação forçou uma reunião de emergência regência da comissão provincial de proteção civil, coordenada pela governadora de Luanda, Joana Lina. Depois do encontro na segunda-feira (19.04), a comissão informou que cerca de 1.600 casas ficaram inundadas.

Falando à Televisão Pública de Angola (TPA), o porta-voz dos bombeiros, Faustino Miguens, alertou que a situação de Luanda poderá agravar-se face às chuvas que poderão cair sobre a província que está totalmente submersa.

"As mortes ocorreram em consequência de desabamento de paredes, eletrocussão e temos também uma criança de um ano que foi arrastada pela correnteza das águas: quando a mãe ia para salvar a criança acabou também por ser uma vítima. Temos o registo de dois feridos, 1.617 residências inundadas e um total de 8.165 pessoas afetadas diretamente pelas chuvas", informou Faustino Mingues.

Luanda: Bacia de retenção de água inacabada gera transtornos

No município de Luanda, o Serviço de Proteção civil e Bombeiros registou cinco mortos no Cazenga: duas pessoas morreram, em Cacuaco, uma em Kilamba Kiaxi e dois angolanos que faleceram em consequência de eletrocussão e desabamento de paredes.

O porta-voz dos Bombeiros acrescentou que entre os estragos da chuva também se registam a queda de 15 árvores e um posto de iluminação pública tombou sobre uma viatura, além do desabamento de pontes.

Apoio aos afetados pelas inundações

As autoridades municipais vão providenciar apoio aos afetados pelas inundações. "Aquelas pessoas que, na verdade, têm as suas residências destruídas vão receber apoios por parte das administrações municipais. Estamos a falar dos administradores municipais, na qualidade de coordenadores das comissões de proteção civil, falamos de chapas para se poder fazer cobertura destas residências. A prioridade é mesmo socorrer estas pessoas", informou Faustino Minguens.

Para além das 14 mortes registadas até agora, vários danos materiais ainda estão por calcular, segundo os bombeiros. 

A chuva que caiu nesta segunda-feira (19.04) provocou sérios constrangimentos na circulação em Luanda. Os transportes públicos de passageiros tiveram dificuldades de transitar em várias zonas porque as principais estradas da capital foram "engolidas" pelas águas.

O facto obrigou muita gente a faltar ao serviço e a caminhar longos quilómetros a pé. Celeste Ernesto mora em Cacuaco, onde a ponte que dá acesso ao seu bairro desabou. Em entrevista à DW África, questiona para onde foi alocado o dinheiro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

"Esta é a entrada e saída. Já não há outro caminho. Onde é que anda o dinheiro do PIIM? O senhor administrador sabe desta situação. Muitos moradores daqui não foram trabalhar e os que passaram a noite no serviço não conseguem entrar no bairro", lamenta esta luandense.