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Cinco anos do Acordo de Paris assinalados com cimeira

Lusa | AP | Reuters
12 de dezembro de 2020

O Acordo de Paris sobre o clima, assinado há cinco anos pela quase totalidade dos países, é assinalado neste sábado (12.12) numa cimeira convocada pela ONU. Presidente eleito dos EUA diz que país voltará ao acordo.

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Kohleausstieg-Betreiber von Kohlekraftwerken erhalten Milliardenentschaedigung
Foto: picture-alliance/SvenSimon/F. Hoemann

No dia em que se assinalam os cinco anos do Acordo de Paris realiza-se a "cimeira da ambição climática", convocada pela ONU, pelo Reino Unido e pela França, em parceria com o Chile e com a Itália, juntando virtualmente dezenas de líderes mundiais que deverão reafirmar o empenho na luta contra as alterações climáticas e a apresentar metas ambiciosas.

O acordo histórico para impedir o aumento do aquecimento global e as alterações climáticas que dele decorrem foi assinado há cinco anos na capital francesa, quando os líderes mundiais assumiram o compromisso de reduzir a emissão de gases com efeito de estufa, para impedir um aumento das temperaturas globais inferior a dois graus celsius em relação à época pré-industrial, e procurando que esse aumento seja mesmo inferior a 1,5 graus.

O acordo contempla que as metas de redução de emissões sejam revistas de cinco em cinco anos, pelo que devem ser revistas até final deste ano. Porém, muitos especialistas têm alertado para a pouca ambição dos países em reduzir essas emissões.     

"Estado de emergência climática"

Symbolbild Klima 2019
Ativistas ambientais (Foto de arquivo)Foto: picture-alliance/NurPhoto/B. Zawrzel

O encontro deste sábado (12.12) incluiu discursos do secretário-geral da ONU, António Guterres, que pediu a todos os líderes mundiais para declararem estado de emergência nos seus países até que consigam atingir a neutralidade carbónica. 

"Apelo a todos os líderes mundiais para declararem estado de emergência climática nos seus países até que se atinja a neutralidade nas emissões de dióxido de carbono. Já houve 38 países que o fizeram. Imploro a todos os outros que os sigam", disse o português, a afalar numa ligação vídeo a partir da sede da organização, em Nova Iorque. 

Em discurso durante a abertura da "cimeira da ambição climática", António Guterres reiterou que o mundo "ainda não está a ir na direção certa" para travar as alterações climáticas e que poderá estar a caminho de "um aumento de temperatura catastrófico de mais de três graus neste século". 

Nesta sexta-feira (11.12), em Bruxelas, o Conselho Europeu chegou a acordo para a redução de emissões de gases com efeito de estufa na União Europeia em 55% até 2030, em relação a 1990. A anterior meta era de 40%. O Parlamento Europeu propõe uma redução de 60%.

Joe Biden: EUA voltam ao Acordo de Paris

USA Joe Biden in Wilmington
O Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, diz que país voltará ao Acordo de Paris.Foto: Alex Wong/Getty Images

Os Estados Unidos, que saíram do Acordo de Paris, não participaram da cimeira. Entretanto, o Presidente eleito norte-americano reiterou que o país regressará ao acordo no dia em que ele assumir o cargo, e comprometeu-se a convocar uma cimeira internacional, no prazo de cem dias. 

O compromisso dos Estados Unidos sob a sua administração será ser neutro em emissões de gases com efeito de estufa até 2050, referiu Joe Biden, que sucede ao negacionista das alterações climáticas Donald Trump, e que retirou o país do acordo. 

"Vou começar a trabalhar com os meus homólogos por todo o mundo para fazermos tudo o que pudermos, incluindo juntar os líderes das maiores economias para uma cimeira climática nos primeiros cem dias da minha presidência", declarou Biden. 

O presidente-eleito dirigiu-se aos cidadãos norte-americanos - mais de 70 milhões dos quais votaram em Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro passado - e declarou que há "uma oportunidade económica enorme para criar empregos e prosperidade" nos Estados Unidos. 

Esse regresso é apontado por especialistas e políticos como uma boa notícia nos cinco anos do Acordo de Paris, que salientam também o recente anúncio da China, o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, de se tornar neutro em emissões em 2060.

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