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CIP desconfia de "manipulação" no programa agrário Sustenta

Lusa
10 de junho de 2021

O Centro de Integridade Pública (CIP) de Moçambique diz que há indícios de "manipulação" no processo de seleção de pequenos agricultores. Esta seria uma forma de "comprar lealdades".

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Imagem ilustrativaFoto: Imago/Xinhua/L. Xiaopeng

Segundo os resultados de um estudo do Centro de Integridade Pública (CIP) realizado entre novembro de 2020 e março de 2021 em Nampula, Tete e Zambézia, a maior parte dos agricultores que estão a beneficiar do apoio do programa nas três províncias têm ligações com a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder).

Para o CIP, a constatação sugere a existência de um "processo manipulado com a finalidade de 'comprar' lealdades a nível local", alertando para as consequências da alegada falta de transparência.

"Há indicações de que nem todos os concorrentes tinham informação completa sobre os requisitos necessários. Alguns requisitos só eram partilhados entre pessoas afiliadas ao partido no poder, o que contribui grandemente para a falta de transparência", acrescenta o estudo.

Por outro lado, prossegue o documento, o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural não publicou, central e localmente, nos seus canais oficiais a lista dos agricultores beneficiários dos apoios, o que alegadamente levanta dúvidas sobre a transparência do processo.

O estudo refere ainda que há "riscos de apropriação do processo por parte dos governos locais na procura de ganhos e vantagens, acrescentando que quase todos os pequenos agricultores beneficiários têm "afinidades com os dirigentes locais".

O programa Sustenta, que foi lançado em 2017 em duas províncias do país (Nampula e Zambézia), teve um apoio inicial de 16 mil milhões de meticais (211 milhões de euros) do Banco Mundial.

O objetivo do Executivo moçambicano com a iniciativa é de dotar os pequenos agricultores de capacidade, sementes e estratégias de produção, bem como disponibilizar financiamentos.

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