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Comissão parlamentar nega existência de vala comum em Canda

Arcénio Sebastião (Canda)31 de maio de 2016

Deputados moçambicanos estiveram em Sofala, esta terça-feira (31.05), a apurar a existência de valas comuns. Pessoas interpeladas pela comissão parlamentar teriam dito que "nunca viram uma vala comum" na região de Canda.

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Comissão parlamentar moçambicana durante os trabalhos em estrada na província de SofalaFoto: DW/A. Sebastião

Em visita à região de Canda, na província de Sofala, esta terça-feira (31.05), a comissão parlamentar moçambicana ouviu autoridades governamentais, instituições da Justiça, jornalistas e a população local, mas não localizou uma vala comum naquele povoado, ao contrário do que denunciaram os camponeses.

A comissão é liderada por Édson Macuácua, presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade do Parlamento moçambicano.

"Todas as pessoas por nós interpeladas foram unânimes em afirmar claramente que nunca viram uma vala comum aqui em Canda," declarou o parlamentar.

O régulo de Canda, Eugénio Almeida, também assegurou que não existem valas comuns no seu território, mas reconhece que na linha de fronteira entre Canda e Macossa há corpos ao abandono nas matas.

"Eu até assustei quando ouvi isso. Os jornalistas saíram daqui. Ao regresso, não falaram nada. Eles viram alguma coisa aí. Uma pessoa tem que falar a verdade," relatou.

Informações divergentes

Afrika Mosambik Massengrab
Local na província de Manica, no centro de Moçambique, onde sete corpos teriam sido encontradosFoto: A. Sebastião

No final de abril, a agência portuguesa de notícias Lusa noticiou a existência de uma vala comum com mais de cem corpos, denunciada por camponeses e negada pelas autoridades. Dias mais tarde, um grupo de jornalistas, incluíndo um profissional da DW África, localizou vários corpos abandonados na zona apontada, mas não foi possível verificar a existência da vala denunciada.

O delegado da agência de notícias Lusa em Moçambique foi depois chamado ao Parlamento para prestar declarações sobre o assunto.

Édson Macuácua, deputado da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o partido no poder, admite que há casos de violação de direitos humanos, mas atribui-os ao braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição no país.

"Nós estamos num espaço geográfico que é teatro de operações militares das investidas da RENAMO. Estas investidas, estes ataques da RENAMO a cidadãos civis indefesos, afetam os direitos humanos. Claramente, tivemos informações também, alguns relatos, de agressões, violência e até raptos de alguns líderes locais e comunitários," afirmou.

Mosambik Parlamentsausschuss Massengrab
Comissão parlamentar moçambicana durante os trabalhos em SofalaFoto: DW/A. Sebastião

Da comissão parlamentar que visitou Canda, participam deputados das bancadas parlamentares da FRELIMO e do segundo maior partido da oposição, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Deputados da RENAMO não estiveram presentes, por razões que não foram avançadas.

Findo o trabalho em Sofala, a comissão vai deslocar-se a província vizinha de Manica, segundo Macuácua.

"Tendo em conta que, dos relatos a que tivemos acesso, para além de Canda, apontava-se também a situação de presumível existência de valas comuns na província de Manica e de presumíveis situações de violações dos direitos humanos," explicou.

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