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Partidos seguem campanhas durante a pandemia

7 de maio de 2021

Com as restrições provocadas pela pandemia de Covid-19, partidos políticos angolanos estudam novas estratégias para manter contacto com o eleitorado. Um dos instrumentos preferidos das agremiações são as redes sociais.

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Foto: Antonio Cascais

Angola está a viver uma segunda vaga da Covid-19 com um número crescente de casos provocados por diferentes variantes do coronavírus. Por isso, reforçou as medidas de prevenção, com multas pesadas para quem violar as regras, incluindo as formações políticas.

As novas medidas entraram em vigor a 29 de abril, num momento em que havia no país várias aglomerações de apoiantes de partidos políticos, com muitos cidadãos a ignorarem o perigo da Covid-19.

O Governo não proibiu as atividades partidárias, mas promete multas pesadas para todos os que violarem as regras de segurança, não respeitando por exemplo o distanciamento mínimo de dois metros entre os participantes do evento.

"A multa é direcionada ao organizador do evento e, portanto, se for uma atividade política ou partidária, ao partido político que promove essa atividade", disse Adão de Almeida, chefe da Casa Civil, sem adiantar o valor da multa.

Politischer Wahlkampf in Zeiten von Covid-19
Campanha eleitoral da UNITA em 2017Foto: Borralho Ndomba/DW

Qual é a saída?

Alguns partidos ouvidos pela DW afirmam que têm feito tudo para cumprir as normas. Os políticos defendem que a vida das pessoas está em primeiro lugar.

O porta-voz da Frente Nacional para Libertação de Angola (FNLA), Mfinda Matubacana, lembra, porém, que as restrições não impedem os partidos de manter contacto direto com o eleitorado. O político do partido dos "irmãos" diz que atualmente há várias alternativas - as redes sociais são uma delas.

"O mundo está sempre a evoluir. Podemos passar a nossa mensagem de várias formas, que não posso revelar porque cada partido está a criar os seus métodos no sentido de passar a informação. O método mais viável e mais claro são as redes sociais, por exemplo. A Internet hoje está a ter uma velocidade vertiginosa", afirma Matubacana.

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) também aposta nas redes sociais, pelo menos até que as restrições da Covid-19 sejam levantadas

"Vamos fazer recurso a tudo que existe como tecnologia para comunicarmos e estarmos juntos do nosso eleitorado. É verdade que, no nosso entendimento, o contacto físico, a proximidade e falar olho no olho, sem recursos a estas tecnologias, é a forma mais eficiente de convencer", disse o porta-voz da UNITA, Marcial Dachala.

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Encontro da CASA-CE um ano antes da pandemiaFoto: DW/M. Luamba

Medidas "inibem oposição"?

O secretário-executivo nacional para Informação e Marketing da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), João Nazaré, espera que as novas medidas implementadas pelo Governo angolano não inibam as forças políticas na oposição que, no seu entender, "entraram com o pé direito" no ano político 2021.

João Nazaré promete que a CASA-CE continuará a manter contacto com os eleitores cumprindo o decreto presidencial.

"E temos estado a trabalhar nisso. É só verem bem, com rigor, que os atos até aqui realizados pela CASA-CE à luz da nova realidade, têm obedecido a esta premissa, o distanciamento. Portanto, vamos continuar a trabalhar nestes termos e modos e vamos manter o contacto permanente com o nosso eleitorado, obviamente utilizando outras formas de exercitar este contacto", explica

As eleições gerais de 2022 aproximam-se a passos largos, e a CASA-CE não quer abdicar das palestras ou do contacto porta à porta e nos mercados com os eleitores, sempre em segurança.

Desde o início da pandemia, Angola registou mais de 27.500 infeções com coronavírus e 618 mortes.

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