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Corrupção nas escoltas militares em Moçambique

28 de novembro de 2016

Condutores que circulam nas estradas no centro de Moçambique com escoltas militares enfrentam longas demoras para chegarem aos seus destinos. E dizem ser vítimas de extorsão por parte de elementos das Forças Armadas.

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Foto: DW/L. da Conceição

A situação que se vive nas estradas da zona centro não é das melhores. Os automobilistas e passageiros levam, em média, três a cinco horas à espera das escoltas militares. Por vezes só circula uma coluna, deixando centenas de viaturas a aguardar até ao dia seguinte.

"Há certos dias em que chego aqui, como aconteceu na última sexta-feira, e a coluna não regressou. Só de manhã", contou à DW África João Manasses, um dos vários passageiros que dizem já estar habituados a esta situação.

25.11.2016 Estradas do centro de Moçambique - MP3-Stereo

Pode até dar-se o caso de a coluna já não regressar por ser tarde. "Eles quando chegam aqui depois das 15:00 horas, já não regressam", explica o passageiro, que costuma frequentar a estrada entre Vila de Luenha, no distrito de Changara, província de Tete, e a cidade da Beira, na província de Sofala.

As longas demoras nas escoltas militares têm afetado muitas vezes os transportadores malawianos e zambianos, que levam no mínimo uma semana a chegar aos seus destinos.

Assaltantes vestem farda

O transportador John Tandicua confirma que a situação não está nada bem. Confessa que entrega dinheiro aos militares para facilitar a sua vida.

"A escolta militar demora muito para chegarmos ao nosso destino e os militares andam a pedir dinheiro para 'refresco' (suborno)", conta. "Segundo eles, nós somos obrigados a entregar qualquer valor monetário. Quando tenho 20 meticais, entrego-lhes".

O motorista moçambicano Zeca Cossa também contou à DW África que muitos militares mandam parar as viaturas e exigem dinheiro. Diz que se não pára ou paga, acontece o pior. "Acabam por levar à força e roubam muitas coisas", denuncia.

"Há dias balearam um motorista porque se negou a parar e acabou por perder a vida no Hospital Central da Beira", relata ainda Zeca Cossa. "São coisas que acontecem muito aqui na estrada".

Mosambik Changara Geschlossene Handel
Há muitas lojas fechadas em ChangaraFoto: DW/L. da Conceição
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