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Covid-19: Angola sofre com falta de material de proteção

29 de abril de 2020

Tal como noutros países, também em Angola há escassez de equipamentos de segurança para médicos e enfermeiros que estão na linha da frente do combate à doença. O país registou até agora 27 casos de Covid-19.

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Foto: DW/M. Luamba

Não é só nas farmácias que há falta de luvas e máscaras por causa da pandemia da Covid-19. Há também escassez de material de proteção individual nas unidades sanitárias do país.

Segundo Afonso Kileba, especialista em gestão hospitalar e membro do Sindicato dos Enfermeiros de Luanda, "não existe qualquer medida de proteção nas unidades sanitárias" da capital.

"Não temos máscaras, não temos luvas, não temos batas descartáveis para proteger os profissionais", relata.

Profissionais e cidadãos sem proteção

Não são apenas os médicos e os enfermeiros que se debatem com esta escassez. Nas ruas de Luanda, sobretudo nas zonas periféricas, também se veem polícias e agentes das Forças Armadas Angolanas (FAA) sem máscaras nem luvas.

"Os agentes estão ali desprotegidos. Têm de interpelar cidadãos e não se sabe se estes cidadãos estão contaminados ou não", afirma o ativista cívico Inocêncio de Brito, que sublinha que, além de proteger a população, é preciso cuidar de quem está na linha da frente durante a pandemia. 

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Hospital em Luanda que acolhe pacientes com Covid-19Foto: DW/M. Luamba

"Como é que os polícias vão interpelar cidadãos sem estarem protegidos? Penso que tem de se dar também maior atenção à corporação, para que se possa proteger melhor, pelo facto de estarem também na linha da frente tal como os médicos."

A DW questionou alguns agentes da polícia e as autoridades sanitárias do país sobre a falta de equipamento de proteção, mas negaram falar sobre o assunto.

Aquisição de material

Em conferência de imprensa no domingo (26.04), a ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutukuta, disse que o país está empenhado na aquisição de material para o pessoal médico e outros cidadãos envolvidos na luta contra a Covid-19.

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Mas os custos são altos, tanto no mercado interno como no internacional: "Os equipamentos de biossegurança podem custar, no mercado local, em determinadas situações, mais de 100 mil kwanzas (cerca de 170 euros). Se o técnico tem que entrar para ver o doente três vezes, já está a ver, com toda uma equipa a usar fato, qual será o custo", explicou a ministra.

Na semana passada, duas toneladas de material de biossegurança foram entregues pelas autoridades chinesas à Comissão Multissetorial de Resposta à Covid-19.

Segundo as autoridades sanitárias de Angola, o custo do tratamento de um doente infetado com o novo coronavírus, em estágio leve, pode chegar aos 16 milhões de kwanzas (cerca de 26 mil euros).

União para prevenção

Em Luanda, sobretudo na periferia, muitos cidadãos não observam as regras de confinamento social.

O ativista Inocêncio de Brito, do grupo dos "15+2", apela a que, agora, o momento seja de união.

"Pensar como podemos contribuir, como podemos ajudar à população, os médicos e todos aqueles que estão na linha da frente para o combate à Covid-19. É o momento de nos unirmos", conclui.

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