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Covid-19: Continua a aumentar número de infetados nos PALOP

Lusa | cvt
9 de maio de 2020

Na Guiné-Bissau, mais uma pessoa morreu de Covid-19 e há 47 novos casos da doença. Cabo Verde anunciou mais seis infetados, este sábado (09.05). Moçambique registou cinco novos casos de Covid-19.

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Deutschland Erste Todesfälle nach Infektionen mit Coronavirus | Symbolbild Test
Foto: Imago-Images/photothek/T. Trutschel

O Centro de Operações de Emergência de Saúde (COES) da Guiné-Bissau confirmou a morte de uma terceira pessoa devido à Covid-19 e aumentou o número de casos registados com a infeção para 641.

Nas informações diárias aos jornalistas, o coordenador do COES, Dionísio Cumba, disse que foi registada mais uma vítima mortal, aumentando para três o número de pessoas que morreram devido à infeção.

O médico guineense, que lidera também o Laboratório Nacional de Saúde Pública, afirmou que foram confirmados mais 47 novos casos, elevando para 641 o número de casos registados no país.

O número de recuperados mantém-se nos 25, adiantou na conferência de imprensa diária sobre a evolução da doença no país, que agora está a ser feita através da plataforma zoom.

Questionado pela Lusa sobre as recomendações que o COES está a fazer ao Governo, tendo em conta que o estado de emergência decretado pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, termina segunda-feira (11.05), Dionísio Cumba disse que recomendaram a manutenção do estado de emergência e a aplicação de medidas mais restritivas.

 "Continuamos a ver muitas pessoas a circular desnecessariamente. Bissau devia ser isolado", afirmou Dionísio Cumba.

A cidade de Bissau, capital do país, é onde foram registados a maior parte de casos de Covid-19.

O médico guineense pediu também para ser revista a atribuição de livres trânsito para circulação. 

Mosambik Cabo Delgado | Coronavirus
Medidas de proteção à Covid-19 mudaram a rotina das pessoas em MoçambiqueFoto: DW/D. Anacleto

Moçambique tem cinco novos casos

As autoridades de saúde de Moçambique registaram, este sábado (09.05), mais cinco casos positivos de Covid-19 no país, elevando o total de 82 para 87, anunciou o ministro da Saúde, Armindo Tiago.

Os cinco novos casos estão ligados a uma investigação sobre as ramificações de um primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus anunciado a 2 de abril, descoberto em Afungi, Cabo Delgado, na área do projeto para a exploração de gás no norte do país - liderado pela francesa Total.

Entre os novos doentes há um moçambicano, um queniano, um sul-africano e dois britânicos, todos trabalhadores da petrolífera francesa.

"Todos estes casos não apresentam sintomatologia e, por isso, permanecem em isolamento em  Afungi", declarou o governante.

Apenas trabalhos essenciais estão a ser realizados nas obras do megaprojeto para exploração de gás liderado pela Total no norte, após descoberta de novos casos de infeção pelo novo coronavírus no local.

Dos 87 casos cumulativos em Moçambique, 78 são de transmissão local e nove importados, sem vítimas mortais e com um total de 34 pessoas recuperadas. 

Avenida dos Combatentes Liberdade da Patria, Cidade da Praia
Vista parcial da Cidade da Praia, em Cabo VerdeFoto: DW/A. Semedo

Mais seis infetados em Cabo Verde

O Ministério da Saúde de Cabo Verde anunciou mais seis pessoas infetadas com Covid-19 na ilha de Santiago, elevando para 236 o total acumulado de casos da doença no país desde 19 de março.

Em comunicado, aquele ministério refere que das 127 amostras analisadas nas últimas 24 horas no Laboratório de Virologia do Instituto Nacional de Saúde Pública, deram resultado positivo para a Covid-19 um caso na localidade de São Domingos e cinco na Praia.

"Até ao momento, todos os casos ativos estão em isolamento institucional. Todos estão a recuperar bem, exceto um doente com comorbilidade que requer um seguimento mais apertado", lê-se no comunicado, assinado pelo ministro da Saúde, Arlindo do Rosário. 

O número de doentes recuperados em todo o país mantém-se em 56, enquanto duas pessoas acabaram por morrer. Outros dois turistas estrangeiros também infetados acabaram por regressar aos países de origem ainda em março, pelo que permanecem ativos em Cabo Verde 176 casos de Covid-19, todos internados e em isolamento.

No total, Cabo Verde já registou 236 casos de Covid-19 desde que o primeiro doente foi diagnosticado, em 19 de março, distribuídos pelas ilhas de Santiago (177), Boa Vista (56) e São Vicente (03, todos recuperados).

A Praia, com casos diários da doença, que totalizam já 173 diagnosticados em pelo menos 25 bairros da cidade, é o principal foco de preocupação das autoridades, por estar em situação de transmissão comunitária da Covid-19.

 As ilhas de Santiago e da Boa Vista, por concentrarem os casos de Covid-19 em Cabo Verde, são as únicas que permanecem em estado de emergência, até o dia 14 de maio.

Campanha recolhe pensos higiénicos para cabo-verdianas

Pensar no pós-pandemia

Este sábado (09.05), o ex-primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves propôs um pacto de reconstrução nacional e a criação de um Fundo de Recuperação de cerca de 210 milhões de euros para fazer face aos efeitos da pandemia do novo coronavírus.  

Num texto intitulado "Agendar o Futuro" e que publicou na sua página no Facebook, José Maria Neves considerou que os recursos poderão ser mobilizados no plano interno - através de medidas fiscais e redução de custos de funcionamento da máquina pública - e junto a parceiros externos bilaterais e multilaterais.

Sublinhando que especialistas apontam para uma vacina dentro de 12 a 18 meses, José Maria Neves entende que o país deve "aprender a conviver com o vírus" e ir adaptando as medidas de política às circunstâncias.

Para o ex-primeiro-ministro (2001-2016) do Partido Africano da Independência de Cabo Vede (PAICV, agora na oposição), o impacto da pandemia da Covid-19 em Cabo Verde será "muito grande" e a "devastação social e económica atingirá proporções gigantescas".

Neste sentido, propôs uma agenda de médio e longo prazo, com 10 medidas, que começam com um programa de reconstrução pós-pandemia, envolvendo o apoio à recuperação de empresas e a criação de emprego e de oportunidades a famílias vulneráveis.

Reforma e modernização do Estado e da Administração Pública, transição digital, transformação do sistema educativo e da formação profissional, uma profunda reforma do Sistema Nacional de Saúde e um programa de mobilização de água são outras das medidas que o ex-primeiro-ministro detalha no texto.  

"É fundamental um pacto de reconstrução nacional, envolvendo o Governo, os partidos e os principais atores políticos, económicos e sociais, com os consensos e acordos que são essenciais para que o país possa fazer face a tão grave crise", continuou, defendendo que não é tempo de pensar em eleições, mas sim de "pensar cumprir Cabo Verde".

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