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SaúdeAlemanha

Covid-19: Cresce pressão por mais restrições na Alemanha

Reuters | DPA | AFP | Lusa
28 de março de 2021

Alemanha registou 17.176 novas infeções e 90 mortos por Covid-19 nas últimas 24 horas, anunciou Instituto Robert Koch. Chefe do Gabinete de Angela Merkel alertou que país ainda enfrenta "fase mais perigosa da pandemia".

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TABLEAU | Deutschland Berlin | Coronavirus dritte Welle | Maskenpflicht
Placa sinaliza uso obrigatório de máscara facial, em BerlimFoto: John MacDougall/AFP/Getty Images

A Alemanha deve fazer diminuir o número de infeções pelo coronavírus nas próximas semanas ou arriscar novas mutações do vírus resistentes às vacinas, disse o chefe de Gabinete da chanceler alemã Angela Merkel, Helge Braun ao jornal alemão Bild am Sonntag.  

"Estamos na fase mais perigosa da pandemia", acrescentou. "As próximas semanas determinarão se podemos ou não prever o controlo da pandemia", disse.

Se o número de infeções voltar a aumentar rapidamente, existe um perigo crescente de que a próxima mutação do vírus se torne resistente à vacina, argumentou Braun.

"Então, precisaríamos de novas vacinas. Teríamos de começar a vacinação novamente", salientou.

Helge Braun
Helge BraunFoto: Jürgen Heinrich/imago images

Toque de recolher e testes

Para travar a propagação do vírus, Braun apelou à imposição de medidas mais rigorosas e de recolher obrigatório noturno em regiões com elevado número de novas infeções.

O chefe de Gabinete de Merkel argumentou a favor de um  recolher obrigatório adicional em regiões onde o número de casos por 100.000 pessoas nos últimos sete dias é superior a 100. "É aí que os recolheres regionais no fim do dia e à noite podem ajudar, porque temos as taxas de infeção mais elevadas em encontros em casas de pessoas", disse.

Helge Braun sublinhou ainda a importância dos testes na redução da transmissão do vírus, exortando as empresas a testarem obrigatoriamente os seus trabalhadores duas vezes por semana.

Falando a outro jornal alemão, o Tagesspiegel, o político e perito em saúde pública do Partido Social-Democrata (SPD), Karl Lauterbach, apelou aos governos federal e estaduais para implementarem imediatamente um "bloqueio duro", citando o acentuado aumento das infeções.

"Não funcionará sem um encerramento rígido", salientou Lauterbach, defendendo o seu apelo por um recolher obrigatório em todo o país. "As restrições do recolher obrigatório a partir das 20 horas durante duas semanas funcionariam - já o vimos em França, Grã-Bretanha e Portugal", argumentou.

Quanto mais cedo fosse tomada uma decisão, mais vidas seriam salvas, considerou.

Números em ascenção

Data visualization COVID-19 New Cases Per Capita – 2021-03-24 – global - Portuguese (Africa)

A Alemanha registou 17.176 novos contágios de covid-19 nas últimas 24 horas, um aumento de 3.443 em relação a domingo passado, e 90 mortos face aos 104 da semana anterior, anunciou hoje o Instituto Robert Koch de virologia.

A incidência semanal situou-se em 129,7 contágios por 100.000 habitantes em relação aos 124,9 de sábado e aos 103,9 de há uma semana. 

Até ao momento foram vacinadas com a primeira dose 8.595.379 pessoas, o que representa 10,34% da população, e já com as duas doses estão vacinadas 3.768.060 pessoas, ou seja, 4,53% da população.

Os casos ativos estão calculados em 216.786, representando 260,7 casos por 100.000 habitantes.

O presidente do Instituto Robert Koch, Lothar Wieler, advertiu que a terceira vaga da pandemia será mais dura do que as duas primeiras, em parte devido à presença crescente da variante britânica B.1.1.7 que é mais contagiosa e agressiva.

Deutschland Intensivstation des Universitätsklinikums Greifswald
Unidades de cuidados intensivos estão a chegar ao limite Foto: Jens Büttner/Zentralbild/dpa/picture alliance

Hospitais no limite

As unidades de cuidados intensivos na Alemanha estão a chegar ao limite devido à pandemia, alertou hoje o presidente da Associação de Medicina Intensiva e de Urgências alemã (DIVI), pedindo restrições mais severas para reverter a tendência.

"Estamos a correr de olhos abertos para a desgraça", disse o responsável da DIVI, Gernot Marx, que pede um confinamento de duas a três semanas, em declarações à revista alemã Der Spiegel.

O especialista realçou que esse confinamento "salvaria muitas vidas e protegia muita gente da sequelas do coronavirus".

Segundo dados da associação, atualmente há 1.644 camas livres nas unidades de cuidados intensivos alemãs.

Desde março, o número de pacientes em cuidados intensivos aumentou naquele país de 2.727 para 3.448.

A situação é considerada crítica a partir dos 5.000 doentes com covid-19 nas unidades de cuidados intensivos.

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