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Covid-19: Mil pessoas testadas em mercado de Luanda

Lusa | mjp
8 de julho de 2020

Ministério da Saúde de Angola anunciou testagem de mil pessoas no Catinton para despistar Covid-19 em lugares de grande concentração. Entretanto, ministra da tutela esclareceu testes a membros do Bureau Político do MPLA.

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Foto de arquivo (2006)Foto: picture-alliance/ZB/T. Schulze

A testagem em massa teve lugar esta quarta-feira (08.07) no mercado do Catinton, um dos maiores de Luanda, um dia depois de a ministra da tutela, Sílvia Lutucuta, anunciar que as autoridades sanitárias iriam avançar com a realização de cerca de 6.000 testes serológicos nos mercados entre outras "áreas de risco de grandes conglomerados", para recolher informação sobre a atual situação da pandemia. Angola regista atualmente 386 casos de Covid-19, dos quais 21 resultaram em óbitos.

A ministra da Saúde acompanhou a testagem de mil pessoas no Catinton, juntamente com a governadora da província de Luanda, Joana Lina, indicando que foi usado um teste serológico rápido, aprovado pela agência reguladora norte-americana (Food and Drug Administration) e já validado pela Organização Mundial da Saúde.

Citada num comunicado do Ministério da Saúde, Sílvia Lutucuta explicou que "quando é feita a testagem não significa que a pessoa tem a doença ativa, mas sim que teve contacto com o coronavírus e tem imunidade", sendo nos casos positivos feita uma colheita para confirmar o resultado através de um teste de base molecular (RT-PCR).

Questionada sobre o número de casos sem vínculo epidemiológico, que se aproximam da centena, indiciando que Angola estará próxima da transmissão comunitária no país, Sílvia Lutucuta aconselhou a "não tirar conclusões precipitadas", pois os casos estão ainda a ser investigados. "O mais importante de tudo é que os angolanos percebam que o nosso quadro mudou drasticamente", salientou.

Presidente não fez teste após reunião do Bureau Político

Angola | Gesundheitsministerin Silvia Lutucuta
Sílvia LutucutaFoto: DW/A. Domingos

Também esta quarta-feira, a ministra da Saúde afirmou que o Presidente angolano, João Lourenço, já fez o despiste da Covid-19 em várias ocasiões, mas não foi testado após a reunião do Bureau Político do MPLA, na semana passada, na qual participou um dirigente do partido que testou positivo.  

"O Presidente da República não foi testado desta vez, nem havia necessidade de ser testado", disse Sílvia Lutucuta, numa conferência de imprensa em Luanda, acrescentando que João Lourenço e a primeira-dama (Ana Dias Lourenço) "foram testados noutras ocasiões, com resultado negativo, e gozam de boa saúde".

A ministra esclareceu ainda as circunstâncias em que os outros membros do Bureau Político (BP) do Movimento Popular para a Libertação (MPLA) foram testados depois de ser detetado um caso positivo na cúpula do partido do poder em Angola.

Sílvia Lutucuta explicou que foram seguidas as recomendações de saúde pública e vigilância epidemiológica segundo as quais se deve "saber rapidamente quem são os contactos ou pessoas que interagiram" com a pessoa em causa, para serem rastreadas e testadas.

"Foi o que aconteceu e é o que acontece em qualquer situação. Não foi só por ser membro do BP, sempre que surge um caso temos de tomar medidas de saúde publica e rastrear os contactos e foi o que fizemos", sublinhou.

A responsável da pasta da Saúde salientou também que "os testes levam o seu tempo" e podem demorar entre 24 e 48 horas, acrescentando que "em tempo útil" será dada informação sobre os resultados dos testes aos membros do BP do MPLA.

O caso positivo foi detetado num dirigente que participou na reunião do passado dia 30 de junho.

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