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Covid-19: União Africana quer fazer um milhão de testes

Lusa | ms
16 de abril de 2020

A União Africana (UA) anunciou o lançamento de uma campanha para atingir um milhão de testes ao novo coronavírus no continente, onde já morreram 910 pessoas e há mais de 17 mil casos de Covid-19.

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Foto: picture-alliance/dpa/Keystone/D. Balibouse

"Há uma grande falha de testes no continente e queremos distribuir na próxima semana, ou semana e meia, mais de um milhão de testes para ajudar os países a aumentarem a sua capacidade para testar e identificar as pessoas infetadas", anunciou esta quinta-feira (16.04, em Addis Abeba, o diretor do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana (Africa CDC), John Nkengasong.

O diretor da agência da UA para a saúde explicou que a disponibilização dos testes pretende sensibilizar outros parceiros públicos e privados para a necessidade de aumentar a capacidade dos países para identificar e monitorizar as pessoas infetadas.

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"Nos próximos três ou seis meses, provavelmente necessitaremos de 50 milhões de testes para o continente, mas uma caminhada de 100 quilómetros começa com o primeiro metro", afirmou, adiantando que a capacidade de testagem é ainda muito baixa.

Como exemplos apontou a África do Sul, que conseguiu apenas fazer 80.000 testes desde o início da pandemia, a Etiópia, que fez apenas 5.000 testes, ou a Nigéria, que com 200 milhões de habitantes, registou 6.000 testes realizados.

"Se conseguirmos aumentar os testes para um milhão será um aumento significativo, mas requer um esforço concertado", reforçou.

910 mortos e mais de 17 mil infetados

John Nkengasong fez ainda o ponto de situação da evolução da pandemia no continente, adiantando que o número de mortes por Covid-19 subiu hoje para 910 num universo de 17.212 infeções registadas em 52 países. O número de doentes recuperados é agora de 3.546.

O diretor do África CDC assinalou que, numa semana, o número de infeções no continente registou um aumento de quase 50% e que a taxa média de letalidade da doença se situa nos 6%.

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África do Sul, Egito, Argélia, Marrocos e Camarões são os países com mais casos registados da doença. A África do Sul é o país com mais ventiladores (1.500) - em 10 países não existe um único aparelho destes.

Segundo John Nkengasong, estes países vão receber esses equipamentos através das doações da Fundação Jack Ma, do empresário chinês dono do gigante do comércio eletrónico Alibaba, cujo segundo carregamento de equipamentos médicos está a ser atualmente distribuído pelos países.

O Egito concentra o maior número de camas hospitalares para cuidados intensivos (10.300).

A nível global, a pandemia já provocou mais de 133 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.