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CPLP: João Lourenço quer explorar potencialidades económicas

17 de julho de 2021

Na liderança da CPLP, Lourenço quer ainda "tornar realidade" o acordo sobre a mobilidade aprovado pelos chefes de Estado e de Governo na cimeira deste sábado, em Luanda.

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Angola | Gipfel der CPLP in Luanda
Joäao Lorenço e a delegação angolana na cimeira da CPLP em LuandaFoto: Borralho Ndomba/DW

O Presidente de Angola, João Lourenço, assumiu este sábado (17.05) a liderança da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da organização que decorreu na cidade de Luanda.

João Lourenço defendeu a valorização das potencialidades dos diversos fatores económicos dos países-membros da organização por intermédio do fomento da produção nacional e das exportações para que se responda às expectativas dos cidadãos que integram a comunidade.

O Presidente angolano, que vai liderar a CPLP até 2023, disse que para a efetivação dessas ideias é indispensável que as economias dos países lusófonos tornem-se mais atrativas, aumentando as trocas comerciais.

"O conjunto dos nossos países tem um enorme potencial econômico, industrial, agropecuário, pesqueiro e turístico, em muitos casos ainda por explorar, e que devem ser alvo de atenção da nossa organização para transformar esse potencial em riqueza real", disse João Lourenço, reafirmando que a comunidade dos países lusófonos pode tornar-se numa força económica relevante se existir dedicação dos Estados.

O novo presidente em exercício da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa propõe também a criação de um banco de investimento dos países Lusófonos.

"Acreditamos que, com a institucionalização do pilar económico como um dos objetivos gerais do estatutário da CPLP, daremos um novo importante conteúdo aos objetivos da nossa organização", defendeu João Lourenço.

Mobilidade e unidade

Na tarde deste sábado, os chefes de Estado dos países-membros da CPLP assinaram o acordo de mobilidade dos cidadãos da comunidade.

Lourenço diz que há caminhos a percorrer, por isso entende ser preciso "trabalhar na definição das formas de tornar realidade a materialização faseada, mas efetiva, desta vontade manifestada e que reflete a vontade dos nossos povos".

Já o primeiro-ministro português, António Costa, declarou que o Governo será apresentado ao Parlamento no início da próxima sessão legislativa, em setembro, para ratificação.

Angola assumiu a presidência rotativa da CPLP num dia em a organização completa 25 anos desde a sua criação.

Ao fazer balanço do seu mandato, o Presidente de Cabo verde, Jorge Carlos da Fonseca, que passou a pasta ao seu homólogo angolano João Lourenço, disse que os 25 anos de existência da comunidade lusófona são marcados com a "celebração da unidade da Língua Portuguesa, do respeito pela diversidade cultural e do diálogo entre as culturas".

Jorge Carlos da Fonseca afirmou que as relações entre os Estados-membros da CPLP intensificaram de forma significativa.

"Quase todos os setores da vida pública dos nossos Estados-membros têm se encontrado, conversando e partilhando ideias e projetos na busca de soluções comuns. Justiça, saúde, formação profissional, ambiente, energias renováveis, recursos hídricos, agricultura, economia marítima, educação, ciência e tecnologia, todos os setores, tanto ao nível técnico e operacional como ao nível político, têm se concertado em processo de otimismo às nossas oportunidades de desenvolvimento e reforço das relações de amizade e cooperação entre os nossos povos e dos nossos países", afirmou o presidente cessante da CPLP.

Angola | Gipfel der CPLP in Luanda
Cimeira da CPLP em LuandaFoto: Borralho Ndomba/DW

Prosperidade dos povos

O antigo ministro timorense dos Negócios Estrangeiros, Zacarias da Costa, é o novo secretário-executivo da CPLP.

Depois de tomar posse, Zacarias da Costa disse que a prosperidade dos povos lusófonos depende de uma agenda concreta dos Estados.

"Se o nosso objetivo for transformar verdadeiramente a nossa comunidade de Estados numa comunidade de pessoas, teremos de incrementar a nossa cooperação em todos os setores e considerar a promoção da Língua Portuguesa como o único veículo para o diálogo e a harmonia entre os nossos países", declarou.

Os ataques no norte de Moçambique foram repudiados pelos líderes que manifestaram solidariedade com as autoridades moçambicanas, mas não foi anunciado qualquer apoio concreto por parte da CPLP.

A declaração final encoraja ainda a pela integração da Guiné-Equatorial à CPLP por meio de ações como "a abolição da pena de morte, a integração da língua portuguesa no sistema de ensino público nacional", entre outras.

Foi ainda aprovada a Resolução sobre a Emergência Climática na CPLP.

A cimeira também ficou marcada pelo aumento do número de países observadores associados, tendo passado de 18 países para 34 membros, com grande realce para os Estados Unidos da América.

Ficaram registadas as ausências dos presidentes de Brasil, Moçambique, Guiné Equatorial e Timor Leste.

O país que irá presidir a comunidade no biénio 2023-24 será anunciado apenas dentro de 15 dias, rompendo uma tradição da organização. 

Rebelo de Sousa premiado

No evento deste sábado, o Presidente Português, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu o Prémio José Aparecido de Oliveira e doou o troféu avaliado em 30 mil euros à Cáritas de Moçambique para apoiar as ONG que protegem as vítimas de terrorismo em Cabo Delgado.

"Esse prémio representa também enorme responsabilidade a confirmarmos juntos, a pugnar pela valorização da Língua Portuguesa e pela promoção dos princípios e objetivos da CPLP", disse em Luanda o Presidente português.

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