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Cresce rejeição a novo projeto da Sasol em Inhambane

12 de novembro de 2019

Multinacional sul-africana pretende explorar petróleo na região sul de Moçambique, mas habitantes e operadores turísticos de Inhambane dizem que o projeto vai destruir o ecossistema. Decisão ficará nas mãos do Governo.

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Fábrica da Sasol em InhambaneFoto: DW/L. da Conceição

A multinacional Sasol apresentou um projeto para explorar petróleo num bloco que abrange as províncias de Inhambane e de Sofala. Mas a ideia está a ser contestada pelas comunidades abrangidas.

Durante o processo do estudo de impacto ambiental, foram realizadas consultas públicas pela empresa Golden Associados Moçambique Limitada. Entretanto, vários operadores turísticos e a população reprovaram o projeto.

Gabriel Cossa, um dos operadores turísticos de Vilankulo, na provícia de Inhambane, diz que o projeto de exploração de petróleo só vai causar destruição e pobreza, porque poucas pessoas terão emprego.

"O povo trabalhador na área do turismo e pesca diz não a este projeto no arquipélago de Bazaruto", afirma.

"Se forem destruí-lo, Vilankulo e Inhassoro não vão existir mais. Vai ficar uma pobreza absurda e os senhores da Sasol não vão empregar nem metade dos trabalhadores que foram empregados pelo turismo e a pesca", argumenta este operador.

Mosambik einsame Strände, Vilankulo
Praia em VilankuloFoto: L. da Conceição

"Projeto odioso"

Paul Seal, outro operador turístico, afirma que a área em que se pretende implementar o projeto é muito importante para o desenvolvimento do turismo, por ser único ao nível nacional. Por isso, defende que o Governo não pode aceitar qualquer justificação dos consultores.

"Esta área é muito importante para o desenvolvimento sustentável da população. Por isso, o Governo deve retirar o seu apoio neste projeto odioso para muitos cidadãos estrangeiros e nacionais", defende.

Cipriano Neto, residente em Vilankulo, acredita que os turistas não vão querer visitar uma zona onde haverá poluição marinha: "Este projeto vai danificar as espécies marinhas, subverter o turismo. Se não conquistamos o turista, ele vai para outro sítio - sem vibrações, sem óleo, sem derrame de combustível".

A Sasol não comentou a contestação de operadores turísticos e da população durante as consultas públicas.

Cresce rejeição a novo projeto da Sasol em Inhambane

Decisão nas mãos do Governo

Januário Mucavele, representante da Sasol, diz que a aprovação do projeto vai depender do Governo, depois de receber o relatório final das consultas públicas elaborado pela empresa contratada, até dezembro próximo. O relatório deveria ter chegado às mãos do Executivo em setembro.

"Esta é apenas uma fase inicial do estudo e a informação que estamos a recolher deles vai informar o relatório que o consultor que a Sasol contratou, a Golden, vai elaborar e submeter ao Governo para a sua apreciação e possível aprovação", explica.

Lote Simione, representante do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, sem avançar muitos detalhes, afirma que o Governo está a aguardar o relatório para poder ser analisado e tomar uma decisão sobre o projeto.