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Crise europeia é um risco para a África

8 de fevereiro de 2012

Os líderes africanos não estão muito preocupados com a crise de dívidas na Europa. O crescimento do continente deve registar alta expressiva em 2012. Mas será que a África pode ignorar o que se passa na Europa?

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Bundeskanzlerin Angela Merkel (CDU) und der Praesident der Republik Angola, Jose Eduardo dos Santos, prosten sich am Mittwoch (13.07.11) im Praesidentenpalast in Luanda (Angola) zu. Bundeskanzlerin Angela Merkel hat Angola Hilfe bei den "Verteidigungsanstrengungen" des Landes angeboten. Bei ihrem Besuch in der angolanischen Hauptstadt Luanda sagte Merkel am Mittwoch, denkbar sei beispielsweise Hilfe bei der "Ertuechtigung der Marine".
A quebra da economia europeia pode afectar as relações comerciais entre a Europa e a ÁfricaFoto: dapd

As perspetivas económicas do continente africano para 2012 são promissoras. Segundo o Banco Mundial, a economia africana deverá crescer a uma taxa recorde de 5% este ano. A agência de notação Standard & Poor's prevê um crescimento de apenas um por cento para a zona do euro.

Mas, mesmo com uma perspetiva otimista para os países africanos, se o crescimento europeu for abaixo de um por cento, o continente africano também deverá sofrer, afirma Desire Vencatachellum, diretor do programa de pesquisa de Desenvolvimento do Banco de Desenvolvimento Africano em Tunis, na Tunísia: "Se as economias europeias contraírem e os países considerados desenvolvidos da Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Económico, OCDE, forem afetados pela crise, o continente africano sofrerá um impacto negativo. Economias africanas com ligações mais estreitas com a Europa vão sofrer mais ainda”.

A Sudanese man walks, June 25, 2002, in front of a billboard advertising Pepsi which can be seen virtually everywhere in Khartoum, Sudan. Sudan has come a long way since its militant heyday in the 1990s, when Africa's largest country sought to transform itself into an exemplary Islamic state but ended up alienating many at home and abroad. Sudan is now eager to project moderation, respect for human rights and reconciliation with the West. (AP PHOTO/Amr Nabil)
Empresas internacionais são atraidas pelo mercado africano crescenteFoto: AP

Economia africana ainda depende de matérias primas

O especialista admite mesmo que a simples queda de um por cento no crescimento económico de países europeus causaria o recuo de queda de meio por cento no crescimento de países africanos no total.

Existem muitos países africanos que ainda dependem da exportação de matérias primas, como metais, carvão ou petróleo. E a maior parte das exportações vai para países da zona do euro ou os Estados Unidos da América. Se a procura nessas regiões diminui por causa de crises económicas, os preços desses produtos de exportação caem nos mercados mundiais. Felizmente, segundo analistas, atualmente os preços não tendem a cair porque existem mais países envolvidos no comércio mundial: a China e a Índia também são grandes importadoras de produtos africanos. Mas os países emergentes podem sofrer igualmente com a crise económica, afirma Anver Versi, editor da revista internacional African Business:

ITAR-TASS: ASTRAKHAN REGION, RUSSIA. MAY 10, 2011. View at the IRP-1 (or LSP-1) ice-resistant fixed platform in the offshore Yuri Korchagin oil and gas field located in the Caspian Sea. (Photo ITAR-TASS/ Valery Matytsin)
A economia africana ainda depende sobretudo da exportação de matérias primasFoto: picture alliance / dpa

Perspetivas de crescimento positivas em África

"Falo no longo prazo. A China e a Índia também dependem de um crescimento económico saudável da União Europeia para que as exportações naqueles países se mantenham. Se as exportações na China e na Índia forem impactadas, a demanda por produtos africanos também será afetada de alguma forma".

Por outro lado, as perspetivas económicas de longo prazo no continente africano parecem positivas. Investidores têm interesse em colocar mais dinheiro no continente. Segundo um estudo da associação germano-africana de negócios, Afrika Verein, por exemplo, várias empresas alemãs pretendem aumentar a sua presença no continente africano. E uma das razões é que cresce o número de pessoas na África com posses para comprar produtos alemães. Michael Monnerjahn, o porta-voz da associação, explica: "Muitos africanos estão pensando em mudar para um apartamento maior, ter eletricidade em casa, comprar telemóveis, abrir uma conta no banco. Para as empresas alemãs, estes são os consumidores potenciais".

A Sudanese woman walks past one of the Chinese flags lining the streets of Khartoum, Thursday Feb. 1, 2007, ahead of a historic visit to Sudan by President Hu Jintao of China, who is due to arrive Friday. Many hope the Chinese president will not only discuss commercial ties with his Sudanese ally but also push for a solution to the crisis in Sudan's remote Darfur region. (AP Photo/Alfred de Montesquiou)
Nos últimos anos, a China aumentou sensivelmente a sua presença em ÁfricaFoto: AP

Maior integração regional em África beneficiaria crescimento

Especialistas consultados pela DW também sugerem que governos africanos aprofundem a integração regional para reforçar o comércio entre as nações africanas. Um exemplo para esse tipo de ação é um projeto dos governos da Comunidade da África Oriental, que visa implementar uma moeda única nas nações do grupo composto pelo Quénia, Uganda, Tanzânia, Burundi e Ruanda.

Autores: Daniel Pelz/Renate Krieger
Edição: Cristina Krippahl/António Rocha