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Cólera alastra rapidamente em Quelimane

22 de março de 2023

Pelo menos, 19 pessoas morreram vítimas de cólera na cidade moçambicana. Autoridades estão preocupadas com a velocidade de propagação da doença. Quelimane enfrenta uma crise de água potável após o ciclone Freddy.

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Foto: Tsvangirayi Mukwazhi/AP/picture alliance

Centenas de pessoas acorrem todos os dias às unidades sanitárias em Quelimane, devido a diarreias ou cólera.

"220 doentes entraram ontem. O número continua muito alto", diz Isaías Marcos, especialista em saúde pública.

É um fluxo de pessoas muito acima do habitual e a situação é preocupante, acrescenta o médico.

"Estamos a receber muitos doentes dos centros de tratamento da cólera. O maior número de casos está a vir dos bairros Icidhua, Micajune, Sangarriveira e Torrone Velho."

Crise de água potável

Desde que foi declarado o surto de cólera, na quinta-feira passada (16.03), os centros de tratamento já atenderam mais de 2.000 doentes.

O médico Isaías Marcos aponta a crise de água potável, depois da passagem do ciclone Freddy, como uma das principais causas da eclosão da cólera nos bairros.

Autoridades de saúde transportam paciente vítima de cólera
Cólera alastra-se em Quelimane, a quarta maior cidade moçambicana, depois da passagem do ciclone FreddyFoto: Marcelino Mueia/DW

"Não havendo água potável, as pessoas podem consumir água imprópria".

Marcos sublinha a importância de seguir os conselhos das autoridades: "Tratem a água antes de consumir, não só aquela que bebemos, mas também a que usamos para a lavagem dos alimentos."

Problema sem fim à vista

Devido à falta de água potável nas torneiras, nos últimos dias, milhares de habitantes de Quelimane têm andado em viaturas ou a pé, no centro da cidade, com baldes e outros recipientes, à procura de alternativas.

A maioria das pessoas consome água dos poços, que pode estar contaminada.

O responsável pela Administração Regional de Águas do Centro, Gilberto dos Santos, diz que não se sabe quando a situação será resolvida.

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Esta crise da água deve-se a uma avaria no centro de captação em Licuar: "O rio galgou a ponte e tirou-nos um furo. Nós tínhamos quatro, ficámos sem um furo, tínhamos criado condições para criarmos 6 mil metros cúbicos por dia e caímos para 3 mil metros cúbicos por dia, neste momento", explicou Gilberto dos Santos.

As autoridades de saúde alertam, por outro lado, que o stock de purificadores de água está a esgotar e recomendam a quem tem dinheiro que compre o produto a vendedores privados, em vez de esperar pela distribuição gratuita.

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