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Défice de sangue em hospitais de Inhambane

2 de agosto de 2017

Há falta de sangue nos hospitais da província de Inhambane, no sul de Moçambique. O maior hospital da província só tem 15 unidades de sangue de reserva. Desespero leva familiares de doentes a recorrer ao mercado ilegal.

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Mosambik - Blut für die Transplantation
Foto: L. da Conceição

Nos hospitais da província de Inhambane, os médicos são obrigados a adiar várias cirurgias porque o Banco de Sangue não tem reservas suficientes. O Hospital Provincial de Inhambane só tem 15 unidades de sangue, mas devia ter um stock de 40, de acordo com o médico-chefe provincial, Stélio Tembe.

"Estamos a enfrentar uma baixa muito significativa na redução de stock de sangue nas nossas unidades sanitárias e pior ainda no nosso Hospital Provincial de Inhambane. Neste momento, estamos a contar com 15 unidades de sangue. É pouquíssimo porque é este hospital que depois responde a todas as dificuldades da província", explica o médico-chefe provincial.

Mosambik - Idalia Machavene, klinischer Direktor an dem ländlichen Krankenhaus von Chicuque
Idália Machavene, diretora clínica em MaxixeFoto: L. da Conceição

Menos doações de sangue

Idália Machavene, diretora clínica no Hospital Rural de Chicuque, em Maxixe, também diz que tem sido difícil conseguir doações de sangue.

"Nós temos uma procura muito grande", refere, mas o stock não satisfaz a procura. Idália Machavene lamenta: "gostaria de ter mais stock do que temos agora. Estamos constantemente a fazer campanhas de doação de sangue".

A responsável afirma que alguns familiares dos doentes se oferecem para doar sangue; outros compram sangue no mercado informal – algo que é ilegal. Há dadores que chegam a cobrar até cinco mil meticais (cerca de 70 euros) por meio litro de sangue.

Para tentar pôr fim a esta situação, decorrem campanhas de recolha de sangue nas igrejas, escolas e nos mercados.

"Estamos a contar com as reposições"

Défice de sangue em hospitais de Inhambane

Filipe Wisquete começou a doar sangue esta semana, para ajudar uma jovem do seu bairro. E vai continuar. "Alguém me disse para doar", conta, explicando que queria saber qual é a sensação de salvar uma vida.

Depois da experiência, Filipe Wisquete diz que "vou continuar. Considero importante doar."

No entanto, nem todos são como Filipe Wisquete. Ainda há poucas pessoas a aderir às campanhas de recolha de sangue. Por isso, Stélio Tembe, médico-chefe provincial, pede uma maior participação da comunidade.
"A população no geral tem de aderir. Estamos a contar com as reposições. Quando há um paciente a necessitar de uma doação de sangue, temos de pedir sempre a um familiar para fazer reposição desse sangue, mas mesmo assim é muito pouco."