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MPLA quer maior mobilização política em 2019

Lusa | tms
2 de fevereiro de 2019

MPLA divulgou a sua agenda política para 2019, que estará focada nas primeiras autárquicas de Angola, previstas para 2020. Maior mobilização e a realização de um congresso extraordinário estão nos planos do partido.

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Foto: DW/António Cascais

A agenda política do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) para 2019 contém nove pontos, com destaque para o reforço interno do partido e para a preparação de um congresso extraordinário, ainda sem data marcada. O documento foi divulgado este sábado (02.02), em Luanda, durante um encontro presidido pela vice-presidente do partido, Luísa Damião.

"Para o MPLA, 2019 é o ano da afirmação e consolidação das grandes transformações nacionais que devem assentar numa ação governativa rigorosa, transparente e patriótica, na séria aposta do setor social e na diversificação da economia, visando o aumento da produção interna de bens e serviços e da geração de emprego", lê-se no documento.

No domínio interno, o MPLA propõe criar um "clima organizacional saudável" que permita intensificar o trabalho de dinamização das organizações de base e "aprimorar" a formação política de dirigentes, quadros e militantes. O sétimo congresso extraordinário, cuja data terá de ser definida pelo comité central, é o objetivo "fulcral" nesta estratégia, lê-se na agenda hoje divulgada.

O partido no poder em Angola também espera elaborar uma "estratégia integrada", que passa pelas estruturas intermédias e de base, bem como pela definição do regulamento sobre as votações internas dos candidatos aos órgãos autárquicos.

Angola Luanda Parteitag der MPLA
Último congresso extraordinário do MPLA decorreu em setembro do ano passadoFoto: DW/A. Cascais

Reforma do Estado

A reforma do Estado é outro dos temas previstos na agenda, em que o MPLA, liderado por João Lourenço, ausente da reunião por se encontrar em visita privada aos Estados Unidos, pretende impor medidas para "racionalizar o Estado, ter eficácia na ação e eficiência nos meios, estando mais próximo dos problemas e dos cidadãos".

Nesse sentido, vai também a definição da boa governação através de uma fiscalização do Programa de Desenvolvimento Nacional (PDM) 2018/22 e dos diversos programas executivos de governação com destaque para o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) para o que solicita o "envolvimento de todos os militantes na prevenção e combate à corrupção, impunidade, nepotismo e bajulação".

Direitos humanos

Na parte relativa aos direitos humanos, o MPLA pretende reforçar a capacidade interna de autoavaliação, denúncia, condenação e correção das "próprias falhas [do partido]". Tal passa por, noutro pilar, promover a moralização da sociedade, através da continuidade do programa de "resgate dos bons hábitos e dos valores cívicos, morais e patrióticos" e de "respeito à coisa pública" e envolvendo as organizações partidárias e a sociedade civil.

Angola Luanda -  Ex-Präsident José Eduardo dos Santos / nicht mehr bei der Partei MPLA
Sede do MPLA, em LuandaFoto: DW/A. Cascais

A promoção de uma cultura de paz, de diálogo e de solidariedade na sociedade angolana também está nos planos do MPLA. Esse objetivo passa também por prestar "particular atenção" à Organização Mulheres Angolanas (OMA), com o apoio a ações ligadas ao reforço do papel da mulher e na igualdade de género, nomeadamente na ocupação de cargos de responsabilidade política, empresarial e comunitária, e também pelo "estímulo" à ação da juventude partidária congregada na JMPLA.

No domínio da comunicação institucional, o MPLA vai procurar maior presença nos principais debates sobre o país, paralelamente ao desenvolvimento das plataformas digitais do partido na comunicação para o exterior.

Congresso

Em 25 de janeiro, após uma reunião presidida por João Lourenço, o Bureau Político do MPLA já havia anunciado a realização de um congresso extraordinário ainda este ano, tendo também aprovado a Agenda Política, apresentada este sábado, que será definitivamente confirmada no conclave. Antes disso, a decisão será divulgada aos militares a nível provincial.

O último congresso extraordinário do MPLA realizou-se em 8 de setembro de 2018 e levou à liderança do então vice-presidente João Lourenço, igualmente chefe de Estado de Angola desde 2017, quando substituiu José Eduardo dos Santos. O conclave teve como ponto único de agenda a eleição de João Lourenço e marcou a despedida da vida política ativa de Eduardo dos Santos, até então líder do MPLA, partido que chefiou durante 39 anos.