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Economia moçambicana deverá crescer 5,5% até 2020

Lusa | tms
5 de agosto de 2017

Impulso económico deverá ocorrer por meio da indústria do gás natural, segundo estimativa da agência de notação financeira Standard & Poor's, que também faz ressalvas sobre a dívida do país.

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Foto: ENI East

O Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique deverá crescer, em média, 5,5% entre os anos de 2017 e 2020. Os dados estão no relatório sobre a avaliação "rating" divulgado este sábado (05.08) pela agência de notação financeira Standard & Poor's (S&P), que também considera que este ano o país deverá crescer 4% e que a dívida pública vai descer de 128,1% do PIB para 111,7% em 2020.

"As pressões económicas externas sobre o crescimento do PIB real melhoraram, de alguma forma, durante este ano", diz a S&P, vincando que o fortalecimento do metical e a subida dos preços dos alumínio e do carvão "vão aumentar a produção e os investimentos".

Ainda de acordo com a agência, esses investimentos, "juntamente com os investimentos relacionados com o setor do gás natural líquido, vão suportar um ressalto no crescimento do PIB real, que deverá aumentar, em média, 5,5% entre 2017 e 2020". Em 2016, o crescimento económico moçambicano ficou nos 3,8%. 

A subida da economia de Moçambique, segundo o relatório da agência, "será alicerçada nos desenvolvimentos positivos na indústria do gás, como a Decisão Final de Investimento da ENI na Bacia do Rovuma", cujos principais contributos para a economia só vão sentir-se depois de 2020.

Aluminium Aluminiumbarren
Preço do alumínio no mercado internacional ajudará a economia moçambicanaFoto: Imago/Sven Simon

Peso da dívida

Na avaliação sobre o andamento da economia, os analistas Rhavi Bhatia e Gardner Rusike, que assinam o relatório, dizem que nos próximos anos "um peso da dívida particularmente elevado, juntamente com a procura interna fraca e baixos níveis de investimento, vão continuar a pesar nas perspetivas de evolução da economia moçambicana".

O PIB per capita, por exemplo, desceu para 371 dólares por habitante, "quase metade do seu nível há três anos", antes da queda dos preços das matérias-primas e da divulgação de dívidas de empresas públicas com garantia do Estado que foram escondidas dos doadores internacionais e das instituições nacionais.

Previsões

As previsões para a evolução da dívida pública face ao PIB apontam para um rácio na ordem dos 128,1% este ano, acima dos 127,5% do ano passado, e significativamente acima dos 94,7% de 2015.

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Mina de Moatize: exploração de carvão na província de Tete (Foto de arquivo / 2012)Foto: DW/M. Barroso

Até 2020, a S&P estima que a dívida pública desça para 125,6% do PIB em 2018 e depois mais significativamente, para 119,3 e 111,7% do PIB nos dois anos seguintes.

Na ação de "rating" hoje divulgada, a S&P manteve o "rating" para a dívida em moeda externa de Moçambique em "Incumprimento Seletivo" e também manteve a dívida emitida em meticais abaixo da recomendação de investimento.

Reestruturação da dívida

A S&P afirma que uma melhoria na avaliação do "rating" de Moçambique depende da reestruturação da dívida, dos contornos da ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da avaliação da economia real.

"Podemos subir o 'rating' das emissões de dívida em moeda estrangeira quando o incumprimento financeiro for resolvido, dependendo das condições de um programa prospetivo do FMI, do resultado das negociações entre o Governo e os detentores dos títulos de dívida e da nossa avaliação sobre os efeitos do contágio do 'default' à economia real", diz a S&P. 

A perspetiva de evolução ('Outlook') para as emissões de dívida em meticais mantém-se Estável, o que significa que "não é previsível que haja uma melhoria na avaliação da dívida interna nos próximos 12 meses", enquanto as emissões em moeda externa, os chamados 'eurobonds', não têm uma previsão de evolução porque são um facto – o incumprimento financeiro – e não uma avaliação da capacidade do emissor para pagar aos credores.

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