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MDM e RENAMO não excluem possibilidade de união

Nádia Issufo
15 de maio de 2018

Os principais partidos da oposição negam que já haja um acordo nesse sentido e remetem a decisão sobre um acordo aos órgãos competentes. Entretanto, um sinal claro já foi dado pelo MDM nas intercalares em Nampula.

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Daviz Simango, líder do MDM Foto: DW/J. Beck

As eleições estão à porta em Moçambique: em outubro de 2018 acontecem as autárquicas e em 2019 as gerais. E ao que tudo indica as movimentações estratégicas com vista à vitória estarão em curso. E neste contexto a DW África conversou com o líder do MDM, a segunda maior força da oposição.

Perguntámos a Daviz Simango se há possibilidade de uma união de forças com a RENAMO, principal força da oposição: "O que nós dissemos é que a nossa janela está aberta caso isso seja a necessidade e o entendimentos dos partidos políticos, particularmente os dois [MDM e RENAMO]. É natural que algo possa acontecer porque a janela está aberta."

E o líder do MDM esclarece ainda que "não há uma nota afirmativa de que há um acordo assinado com essa intenção. O que dissemos é que somos os dois partidos de centro-direita esses partidos naturalmente podem encontrar ações concretas para fazer qualquer tipo de ação eleitoral."

MDM e RENAMO interessados numa união?

Moçambique: MDM e RENAMO não excluem possibilidade de união

E sobre um possível interesse do MDM em tal união, Daviz Simango passa a responsabilidade aos órgãos do seu partido: "O MDM é representado pelos seus órgãos que definem as estratégias. Quando esses aspetos todos estiverem em cima da mesa de diálogo, de afirmação, é natural que os órgãos do partido se reúnam e tomem uma decisão sábia em relação aos procedimentos."

"O Daviz Simango não passa de um presidente do partido, mas a regulamentação desse atos passam necessariamente pelos órgãos do partido", esclarece o líder do MDM.

Igual posição tem a RENAMO. O seu porta-voz José Manteigas diz que "essas respostas só são dadas através dos órgãos competentes. Só através da deliberação de um órgão competente é que nós podemos saber, de facto, qual é o sentimento do partido."

Entretanto Manteigas lembra o seguinte: "Neste momento perdemos o presidente [do partido] e os nossos órgãos competentes ainda não se reuniram para tomar qualquer decisão relativamente a qualquer assunto importante para o partido e para a vida do país."

Apoio do MDM a RENAMO nas intercalares são um sinal?

José Manteigas, Sprecher von RENAMO Nationalrat in Beira
José Manteigas, porta-voz da RENAMOFoto: DW/Arcénio Sebastião

Mesmo carecendo de aprovação dos órgãos competentes, há sinais evidentes de um interesse na união, pelo menos do lado do MDM. Nas eleições autárquicas intercalares de março de 2018, o MDM decidiu apoiar o candidato da RENAMO na segunda voltas das eleições.

Este foi um gesto inédito no seio da oposição moçambicana, mas que é minimizado por Daviz Simango. O líder do MDM prefere valorizar outros ganhos: "Não sei se é uma mudança, o MDM foi criado em 2009. Foram eleições intercalares em que os dois partidos participaram, é natural que os dois partidos tenham chegado ao entendimento, o que é muito saudável. Tudo é possível, o importante é que se concretizem os interesses comuns."

E para o maior partido da oposição este gesto do MDM não foi indiferente, mas o porta-voz José Manteigas esclarece que "é um gesto normal e nós apreciamos o gesto. Essa foi uma decisão unilateral do MDM, nunca tinha havido uma concertação nem sequer uma decisão para uma possível união. Não quero dizer que isso esteja posta de parte, o que quero dizer é que os órgão competentes ainda não se pronunciaram sobre isso."

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