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Campanha em Sofala: Apelos à mudança, contra as inundações

Arcénio Sebastião (Beira)
12 de setembro de 2019

A província de Sofala foi bastante afetada pelo ciclone Idai e vários candidatos às eleições prometem medidas para impedir uma nova tragédia. Advogam também a melhoria das condições de vida. Analista espera surpresas.

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Foto: DW/Arcénio Sebastião

Estas são as primeiras eleições desde que o ciclone Idai devastou a Beira, a capital da província de Sofala, e um dos pontos na agenda dos candidatos é combater o efeito das mudanças climáticas.

Lourenço Bulha, cabeça de lista da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder) ao cargo de governador da província, conclui que, para a cidade da Beira, propensa a inundações, a solução passa por remodelar bairros como o da Praia Nova, que fica à beira-mar e passou de local de pescadores a zona residencial.

"Aqui, o que vamos fazer é arranjar financiamentos para ajudar a construir as casas deles, porque aqui não é zona de residencial, aqui tem que ser uma zona de pesca", afirmou Bulha.

Mosambik Beira MDM-Wahlkampf
Combate aos efeitos das alterações climáticas é uma das bandeiras do MDMFoto: DW/Arcénio Sebastião

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com bastião na cidade da Beira, promete ao eleitorado investir em ações para minimizar os impactos das mudanças climáticas.

Albano Carige, membro da comissão política do partido, visitou o bairro de Mungassa, na Beira, e anunciou que o objetivo principal do MDM nessa área é a construção de uma bacia de retenção de águas.

"Como se sabe, Mungassa é uma zona baixa. As águas são escoadas através do rio Mungassa, que, perante as mudanças climáticas, já não tem a capacidade de fazer uma escoação condigna. Daí que temos que construir uma bacia de retenção de águas para poder acumular as águas enquanto a maré é alta", disse Carige.

Melhoria das condições de vida

Outro dos cavalos de batalha dos candidatos é a melhoria das condições de vida da população.

Lourenço Bulha, da FRELIMO, garante que, se for eleito, apostará no setor da educação, para que mais cidadãos tenham acesso ao ensino na província. Promete ainda criar políticas para mecanizar a agricultura com vista à erradicação da fome. E, no setor das pescas, o candidato diz que vai "ajudar os pescadores, para comprar mais redes e mais barcos para poderem trabalhar."

Mosambik Beira RENAMO-Wahlkampf
RENAMO: "Se não tem água na sua casa, se não tem energia, se não tem saúde e boa educação, você está condenado ao fracasso"Foto: DW/Arcénio Sebastião

Mas a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição em Moçambique, promete fazer melhor.

O cabeça de lista do partido, Noé Marambique, que faz digressão pelos distritos, garante que vai acabar com a corrupção em vários setores do Estado e melhorar os salários dos professores e dos médicos.

Além disso, o partido promete construir mais fontes de abastecimento de água na província.

"Se não tem água na sua casa, se não tem energia, se não tem saúde e boa educação, você está condenado ao fracasso e à miséria. A RENAMO não pode estar de braços cruzados", afirmou João Marata, delegado do partido na Beira.

O MDM, que pretende eleger José Albano Bulaunde como governador provincial, também promete melhorar as condições de vida dos cidadãos. No arranque da campanha, Daviz Simango, edil da Beira, acenou, por exemplo, com aumentos nos salários dos enfermeiros e professores.

Campanha em Sofala: Apelos à mudança, contra as inundações

"Surpresas"

Os candidatos dos três maiores partidos concorrentes têm-se mostrado otimistas em relação aos resultados das eleições provinciais.

"Pela forma como somos recebidos, nós vamos ganhar as eleições aqui na província", afirma Lourenço Bulha, candidato da FRELIMO.

João Marata, da RENAMO, acredita que "a população já não se identifica com a FRELIMO, nem com o MDM".

Mas o analista político e docente universitário, Messias Uareno, considera que "haverá muita surpresa sobre os possíveis vencedores dessas eleições".

"A população está a colher o aprendizado, por causa daquilo que é a prática de alguns partidos que lideram alguns pontos do país. E estas práticas vão surtir algum efeito e vão conduzir a tendência do voto da população de uma forma atípica", conclui o analista.

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