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Eleição no Zimbabué: Oposição considera "caótica e nula"

Lusa
29 de agosto de 2023

Os resultados são contestados e há apelos por nova votação. Oposição alega manipulação, enquanto observadores apontam irregularidades.

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Simbabwes wichtigster Oppositionsführer Nelson Chamisa
Foto: Tsvangirayi Mukwazhi/AP Photo/picture alliance

A oposição do Zimbabué reclamou hoje (29.08) novas eleições presidenciais e reservou-se o direito de ir a tribunal após uma votação que considerou "caótica e nula", ganha oficialmente, para um segundo mandato, pelo Presidente, Emmerson Mnangagwa. 

"Todo o processo foi caótico e nulo" e os resultados "não refletem a verdadeira vontade do povo do Zimbabué", disse Ostallos Siziba, porta-voz do maior partido da oposição, a Coligação Cidadãos para a Mudança (CCC), numa conferência de imprensa em Harare.

"Não há escolha a não ser realizar uma nova eleição justa", afirmou, Ostallos Siziba.

Questionado sobre um eventual recurso na justiça, Siziba declarou que "os procedimentos necessários serão adotados no momento oportuno".

Simbabwe I Politik I Nelson Chamisa
CCC não reconhece os resultados oficiais das últimas eleições no ZimbabuéFoto: Zinyange Auntony/AFP/ Getty Images

Os zimbabueanos votaram na semana passada para eleger o seu Presidente e deputados, numa eleição com 11 candidatos a concorrem à presidência, mas apenas dois com hipóteses de vencer: o atual Presidente, Emmerson Mnangagwa, de 80 anos, líder da União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica (ZANU-PF), e Nelson Chamisa, de 45 anos, líder da CCC.

Emmerson Mnangagwa foi reeleito com 52,6% dos votos expressos, contra 44% de Chamisa, segundo os resultados anunciados este sábado pela comissão eleitoral.

Contagem manipulada

A oposição não aceitou esta contagem que considerou "manipulada" e Chamisa disse no domingo que "venceu a eleição" e que tem na sua posse "os resultados reais".

Observadores internacionais apontaram "sérios problemas" que afetam a "transparência" da eleição, incluindo eleitores que não foram encontrados nas listas e outros alvo de intimidação, num país já com um longo histórico de eleições marcadas por irregularidades.

Simbabwe | Präsident Emmerson Mnangagwa
Emmerson Mnangagwa reeleito para um 2º mandato de cinco anosFoto: Jekesai Njikizana/AFP/Getty Images

O Presidente Mnangagwa congratulou-se por ter sido reeleito por uma "democracia madura" à frente de uma "nação independente e soberana" e advertiu contra as críticas à realização do escrutínio.

Em 2018, o sucessor de Robert Mugabe foi eleito por pouco mais de (50,8%) e Chamisa, já seu rival, contestou os resultados, mas sem sucesso.

Dois dias após a votação, houve protestos nas ruas e o exército disparou contra os manifestantes, matando seis pessoas.

À lupa: Porque é que a oposição não é mais unida?