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Eleições na Rússia: "Vitória esmagadora" de Putin nas urnas

tms | com agências
18 de março de 2024

O Presidente russo, Vladimir Putin, está a caminho de um quinto mandato, depois da "vitória esmagadora" nas eleições que terminaram domingo. Um resultado que já era esperado, uma vez que a oposição não pôde concorrer.

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Resultado eleitotal deverá manter Vladimir Putin no poder na Rússia até 2030
Resultado eleitotal deverá manter Vladimir Putin no poder até 2030Foto: Maxim Shemetov/REUTERS

Os resultados parciais das eleições russas foram avançados pela Comissão Eleitoral Central quando já estavam contabilizados os votos de cerca de 80% das assembleias: Com quase 90% dos votos, Putin deverá prolongar o seu Governo por mais seis anos, num quinto mandato.  

Este resultado deverá manter Vladimir Putin no poder até 2030, ano em que completará 77 anos, e com a possibilidade de um mandato adicional até 2036, devido a uma alteração constitucional feita em 2020.

Logo após a divulgação destes resultados, Vladimir Putin falou à nação e disse que os russos são "todos uma equipa".

"Quero agradecer aos cidadãos da Rússia. Somos todos uma equipa. Todos os cidadãos que se deslocaram às assembleias de voto e votaram. Mais uma vez, quero dizer, isto é muito importante, não tem carácter formal: a fonte de autoridade da nação é o povo russo", sublinhou.

Putin disse ainda que o resultado destas eleições permitirá que a sociedade russa se consolide e se torne mais forte: "Temos grandes planos de desenvolvimento. As pessoas sentiram-no e vieram criar as condições para o desenvolvimento e o reforço da sua Pátria - a Rússia".

A oposição ao Kremlin não pôde concorrer às eleições, uma vez que a comissão eleitoral não registou os seus candidatos por várias razões técnicas ou questões formais, devido ao seu apoio à paz na Ucrânia.

Esta fotografia, tirada em Moscovo a 17 de março de 2024, mostra um ecrã de tablet com os resultados preliminares das eleições presidenciais russas divulgados pela Comissão Eleitoral
Resultados preliminares das eleições presidenciais russas divulgados pela Comissão EleitoralFoto: Stringer/AFP

Corrida sem adversários

O líder russo enfrentou a concorrência de três rivais simbólicos. E os três candidatos derrotados por Putin na corrida presidencial já reconheceram a vitória do atual chefe de Estado.

Um dos candidatos, o comunista Nikolai Kharitonov, obteve 4% dos votos, seguido do representante do partido Novo Povo, Vladislav Davankov, com 3,86%. O último candidato é o ultranacionalista Leonid Slutski, com 3% dos votos.

Kharitonov, citado pela agência de notícias EFE, disse que a votação teve um "resultado digno" e que "o povo da Rússia demonstrou como nunca à comunidade internacional que pode unir-se e consolidar-se".

O maior opositor de Putin, Alexei Navalny, morreu numa prisão do Ártico no mês passado, e outros críticos estão presos ou exilados.

Na Alemanha, a viúva de Navalny, Yulia Navalnya, não poupou críticas a Putin após votar na embaixada russa em Berlim: "Não pode haver negociações nem nada com o senhor Putin, porque ele é um assassino, é um gangster, é a pessoa que levou o meu país à guerra e a tudo."

Rússia: Putin "sem adversários" nas eleições presidenciais

Bombardeamentos na Ucrânia

As eleições, que duraram três dias, foram marcadas por uma vaga de bombardeamentos ucranianos mortais, incursões em território russo por grupos pró-Kiev e vandalismo nas assembleias de voto.

Vladimir Putin acusou Kiev de tentar torpedear a sua reeleição. Por seu turno, Kiev e os seus aliados consideraram a votação "uma farsa" e o Presidente Volodymyr Zelensky criticou Putin, considerando-o um "ditador" que está "viciado no poder".

"Nestes dias, o ditador russo está a simular uma nova eleição. Toda a gente compreende que esta figura, como já aconteceu muitas vezes na história, simplesmente se viciou no poder e está a fazer tudo o que pode para governar para sempre", disse Zelensky.

A oposição manifestou suspeitas quanto à utilização maciça de recursos do Estado, depois de mais de metade dos 112 milhões de eleitores registados terem votado entre sexta-feira e sábado.

A Comissão Eleitoral Central, que não convidou observadores ocidentais, negou a existência de irregularidades graves, embora peritos independentes e a imprensa do exílio tenham denunciado vários casos de manipulação eleitoral.