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Em segunda volta, Cabo Verde escolhe presidente este domingo

21 de agosto de 2011

Mais de 305 mil eleitores elegem este domingo (21/8) o sucessor de Pedro Pires na Presidência da República de Cabo Verde, depois de dez dias dominados por uma campanha em que a corrupção eleitoral foi o tema central.

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Vista para a Cidade Velha, a primeira capital cabo-verdiana; arquipélago tem imagem de "democracia estável"Foto: DW

Com dois dos quatro candidatos fora do caminho, esta segunda volta da eleição presidencial no arquipélago lusófono põe frente a frente Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio Sousa, em que um deles se tornará o quarto chefe de Estado cabo-verdiano, depois de Aristides Pereira (1975/1991), António Mascarenhas Monteiro (1991/2001) e Pedro Pires (desde 2001).

Durante a campanha que terminou na sexta-feira, os dois candidatos não trouxeram nada de novo; limitaram-se a repetir os projetos apresentados na primeira volta, marcada por denúncias e acusações de compra de votos.

Ataques mútuos por denúncia de compra de votos

A candidatura visada foi a de Manuel Inocêncio Sousa. Jorge Carlos Fonseca bateu nesta tecla em quase todos os comícios e declarações à imprensa, enquanto Inocêncio Sousa desafiou o adversário a apresentar provas.

“Deixar uma mancha na nossa democracia que não é bom para ninguém”, disse Jorge Carlos Fonseca. Em resposta, Manuel Inocêncio Sousa afirmou que “nunca uma eleição em Cabo Verde ficou definida com a compra de votos. Caso contrário a nossa democracia não seria tão prestigiada como é atualmente”.

Contudo, para Jorge Carlos Fonseca foi “uma campanha com os olhos postos nos problemas e desafios de Cabo Verde, onde expliquei ao eleitorado a minha visão sobre o exercício da função presidencial”, disse.

Por seu turno, Manuel Inocêncio Sousa lamentou que a campanha tenha sido muito curta “mas intensa. Renovei o meu compromisso com a população de Cabo Verde”, afirmou.

Abstenção expressiva poderá marcar segunda volta

Apelos contra a abstenção e um piscar de olho aos eleitores de Aristides Lima e Joaquim Jaime Monteiro, os dois candidatos que ficaram pelo caminho, foram também outros aspectos que marcaram a campanha desta segunda volta.

Jorge Carlos Fonseca e Manuel Inocêncio Sousa falam em dinâmica crescente e em sinais de vitória.

“Uma crescente onda de adesão e entusiasmo, principalmente dos jovens - o que me dá muito estímulo e confiança na vitória”, destacou Jorge Carlos Fonseca em entrevista à Deutsche Welle, enquanto Manuel Inocêncio Sousa declarou: “Acredito que a vitória é certa”.

Durante a campanha, Jorge Carlos Fonseca repetiu inúmeras vezes que Cabo Verde precisa de um independente na Presidência da República para ser fator de equilíbrio, evitando assim a hegemonia do PAICV (partido atualmente no poder). Já Manuel Inocêncio Sousa apresentou como a sua bandeira a estabilidade para permitir que o governo materialize o seu programa.

Os dois candidatos também realçaram que a escolha deste domingo será entre duas personalidades e não uma disputa partidária.

Seguem o escrutínio 93 observadores eleitorais oriundos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e dos Estados Unidos.

Autor: Nélio dos Santos (Cidade da Praia)

Edição: António Rocha / Renate Krieger

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