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Energia solar a retalho

Diana Hodali / Cristina Krippahl2 de janeiro de 2014

Uma empresa alemã desenvolveu quiosques de energia solar. Para quem não tem acesso à rede elétrica nacional na Etiópia e no Quénia.

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Foto: Solarkiosk GmbH

Até há pouco tempo, quando o sol se punha em Ngoswani, reinava a mais completa escuridão. Mas agora os 2000 habitantes da pequena e remota aldeia queniana têm uma alternativa: ao fim da tarde, reúnem-se à volta de um quiosque solar para ver televisão, carregar telemóveis ou colocar medicamentos e alimentos no frigorífico comum.

A firma alemã Solarkiosk, com sede em Berlim, desenvolveu este quiosque de energia autónoma, que fornece eletricidade a pessoas em locais remotos sem acesso à rede nacional. Graças à energia solar, o quiosque pode ser usado 24 horas por dia.

Rachna Patel é colaboradora da filial da empresa alemã na capital do Quénia, Nairobi. Patel deixou a advocacia para se juntar ao projeto.

Team von Solarkiosk in Kenia mit Rachna Patel
Rachna Patel (em baixo, segunda a contar da esq.) e a sua equipaFoto: Solarkiosk GmbH

"O que mais me aliciou foi ver que se trata de um projeto comercial com benefícios diretos para a população", afirma. "Por um lado, posso ajudar as comunidades mais pobres que precisam do apoio. Por outro lado, trata-se de um mercado com grande potencial".

Quem pode ter um quiosque?

Rachna é uma de nove colaboradores da Solarkiosk no Quénia. Juntamente com a sua equipa, viaja pelo país à procura de novas localidades e aldeias onde possam ser colocados os quiosques. Há alguns critérios que têm que ser tomados em conta, segundo o responsável pela comercialização em Berlim, Sasha Kolopic. Por exemplo, as localidades devem ter, no mínimo, 300 fogos.

As componentes do quiosque têm dimensões que permitem o seu transporte fácil a partir da Alemanha para o mundo, mesmo para locais remotos e sem estradas. Os parceiros locais, como Rachna, ocupam-se da instalação.

Para além de fornecer eletricidade, o quiosque vende produtos à base de energia solar, como lâmpadas e acumuladores. E também produtos de primeira necessidade como sabão e arroz. São os parceiros locais quem procuram os operadores para o quiosque.

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"Queremos pessoas respeitadas na comunidade, que conhecem toda a gente e sabem explicar do que se trata. O que não funciona bem com pessoas de fora", diz Sasha Kolopic. Pois há pessoas que encaram os produtos solares com ceticismo, porque só conhecem aqueles que funcionam mal ou não sabem como lidar com eles.

Mais empregos

"Damos preferência a mulheres ou homens jovens com a escolaridade completa e que falem um pouco de inglês para poderem compreender o conceito", afirma o responsável pela comercialização do quiosque solar.

Como o quiosque tem que ser operado por três a cinco pessoas, quem o arrenda acaba por criar postos de trabalho, explica Rachna Patel.

Os quiosques são pré-financiados, o operador paga uma renda à Solarkiosk e, mais tarde, a empresa participa nos lucros dos serviços prestados e produtos vendidos.
Ao todo já foram instalados cinco destes quiosques no Quénia e sete na Etiópia. Segue-se o Botsuana.

Um total de 800 milhões de pessoas no continente africano não têm acesso a eletricidade. A Solarkiosk trabalha com as empresas estatais de energia como a Kenya Power and Lighting, segundo Rachna Patel.

"A empresa sabe que estender a rede a todos os cantos do país acarreta custos elevados", diz. "E, muitas vezes, a eletricidade deles é demasiado cara para os habitantes."

Solarkiosk in Olkiramatian, in der Nähe des Lake Magadi
Quiosque solar em Olkiramatian, no QuéniaFoto: Solarkiosk GmbH