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Engenheiros mecânicos alemães descobrem potencial de África

Andreas Becker30 de dezembro de 2013

2013 foi, em geral, um ano de estagnação para os fabricantes de máquinas e instalações industriais alemães. Mas os negócios aumentaram em África. Os engenheiros alemães reconhecem finalmente o potencial do continente.

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Foto: picture-alliance/dpa

Na Alemanha, poucas indústrias têm sido tão bem sucedidas como a engenharia mecânica. Os fabricantes de máquinas e instalações industriais estão habituados a ter sucesso. Mas 2013 foi um ano em que as coisas não correram tão bem.

Este ano o setor produziu bens no valor de 195 mil milhões de euros. Ajustando os preços, trata-se de uma descida de um por cento em relação ao ano anterior. A indústria esperava para 2013 um crescimento de dois por cento. Por isso, o ano acaba por ser uma desilusão.

"Somos tão ambiciosos que queremos sempre que haja crescimento. Vivemos para isso", diz Reinhold Festge, presidente da Associação de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais (VDMA, na sigla em alemão).

África à vista

Os engenheiros mecânicos culpam a fraca conjuntura mundial, num setor bastante dependente das exportações. Os negócios dos fabricantes de máquinas alemães diminuíram nas regiões mais importantes para a indústria: na Europa (-0,3%), nos Estados Unidos (-0,5%), na América do Sul (-3,5%) e na Ásia (-3,7%).

A exceção foi o continente africano. Em 2013, as exportações para África aumentaram 17 por cento.

Dr. Reinhold Festge VDMA
Reinhold Festge, presidente da Associação alemã de Fabricantes de Máquinas e Instalações Industriais (VDMA)Foto: VDMA

"Há muita coisa a mudar em África", reconhece Reinhold Festge. "Nós, alemães, não vimos isso durante muito tempo. Ou não quisemos ver."

As empresas chinesas ou indianas têm bastante mais negócios em África do que as empresas alemãs. Mas isso começa lentamente a mudar. "Prevejo o início de um longo período de crescimento", diz Festge.

Ainda assim, o volume de negócios é modesto. Os fabricantes de máquinas alemães vendem mais produtos para a Polónia do que para todos os países africanos em conjunto. A África do Sul, o Quénia e a Nigéria foram, este ano, os mercados mais importantes.

2014 será melhor

Apesar de 2013 ter sido um ano de estagnação e ligeira descida relativamente ao ano anterior, o setor está otimista quanto a 2014. Os negócios devem aumentar na ordem dos três por cento.

"Esta previsão baseia-se num esperado aumento da procura na Europa e, em geral, numa melhor conjuntura global", diz Ralph Wiechers, economista-chefe da associação de fabricantes.

Ralph Wiechers Verband Deutscher Maschinenbauer
Ralph Wiechers, economista-chefe da VDMAFoto: VDMA

Ainda ninguém sabe se a crise económica na Europa já foi ultrapassada, admite Wiechers, mas, pelo menos, "diminuiu claramente o medo de um colapso da zona euro". Por isso, o economista não espera um crescimento exagerado, mas "um crescimento lento em níveis baixos."

A Europa continua a ser a região mais importante para os fabricantes de máquinas alemães. Mais de metade de todas as exportações destinam-se a países europeus.

Energia barata e empregos "flexíveis"

Apesar das perspetivas de crescimento, a associação está preocupada com os preços altos da energia na Alemanha. Preços que, devido a uma planeada mudança para energias renováveis, podem aumentar ainda mais. Algo que poderá afetar não só os fabricantes de máquinas, mas também muitos dos seus clientes.

O setor pede, por isso, ao novo Governo alemão energia mais barata, além de mais "flexibilidade" no mercado de trabalho. A indústria pede, por exemplo, à nova ministra do Trabalho, a social-democrata Andrea Nahles, para não acabar com os chamados "minijobs", trabalhos em part-time, de baixo custo para o empregador.

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Apesar do ano relativamente fraco para a indústria de fabricantes de máquinas e instalações industriais, o número de funcionários aumentou cerca de um por cento. Neste momento, na Alemanha, estão empregadas no setor cerca de 990 mil pessoas.

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