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Estádio da Tundavala em estado de abandono

Anselmo Vieira (Huíla)15 de agosto de 2016

Infraestrutura de 70 milhões de dólares que abrigou partidas do CAN 2010 está sem água e energia e teve gerador roubado. Presidentes de clubes e jogadores lamentam situação.

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Estádio da Tundavala
Foto: DW/A. Vieira

Relva seca, balneários entupidos, telhado a desabar. É neste estado que se encontra o imponente Estádio Nacional da Tundavala, em Angola, que albergou a série D do Campeonato Africano das Nações de Futebol, o CAN 2010. Orçada em 70 milhões de dólares, a estrutura está votada ao abandono.

Atualmente, restam apenas memórias dos dias áureos em que o recinto localizado na cidade do Lubango, no sul do país, recebeu os Palancas Negras, a selecção angolana de futebol, e estrelas internacionais, como o camaronês Samuel Eto'o.

Até as bombas de distribuição de água para a irrigação do relvado estão avariadas, segundo Tchivanguluka José Fernandes, um dos poucos funcionários que ainda trabalha no local.

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"O estádio passa por um processo de degradação fundamentalmente face à inexistência de bombas de distribuição de água para abastecer o estádio. Elas tiveram um tempo de vida até dois anos atrás e nunca foram substituídas", relata.

Para piorar a situação, o único gerador que existia no estádio desapareceu, deixando o espaço sem energia e sem água.

Além da falta de verbas para a manutenção do estádio, também há problemas de pagamento de salários. Segundo uma fonte ouvida pela DW África, que pediu o anonimato, vários funcionários foram-se embora, porque os seus ordenados não eram pagos há mais de um ano.

Abandono

Os representantes dos principais clubes de futebol da Huíla lamentam a situação. "Muitas vezes só temos o gerador e, quando temos o gerador, não temos combustível e, quando temos combustível, às vezes não temos insecticidas para desinfectar a relva", reclama o presidente do Benfica Petróleos do Lubango, Jacques da Conceição.

Com ausência de bombas de distribuição de água, relva está seca
Com ausência de bombas de distribuição de água, relva está secaFoto: DW/A. Vieira

"Temos de nos adaptar à realidade e a realidade é esta. Vamos agora procurar soluções", diz Ezequias Domingos, director administrativo do Clube Desportivo da Huíla.

Quanto ao desaparecimento do gerador, a Polícia Nacional na Huíla emitiu um comunicado a informar que está a trabalhar para esclarecer a situação. A Direcção Provincial da Juventude e Desportos e o Governo da província ainda não vieram a público para dar uma explicação sobre os problemas do Estádio Nacional da Tundavala.

José Eurico Garcia, jogador de futebol, critica o silêncio das autoridades. "Este tipo de atitude é grave e certamente só contribui para que os problemas se agudizem em vez de serem resolvidos. Aqui é preciso haver um basta para ver se mudamos esta situação", afirma.

A DW África procurou, sem sucesso, ouvir o Ministério da Juventude e Desportos e o Governo da província da Huíla.