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Estradas de Bissau são uma dor de cabeça para os munícipes

Iancuba Dansó (Bissau)
5 de agosto de 2020

Condutores de Bissau pedem ao Governo para resolver as "péssimas” condições das vias da capital que se agravaram com as chuvas. Residentes de vários bairros também têm dificuldades de acesso ao centro da cidade.

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Guinea-Bissau | Straßen während der Regensaison
Estrada degradada de BissauFoto: DW/I. Dansó

A maioria das estradas da Guiné-Bissau encontra-se em avançado estado de degradação, agravada pela águas que caem nesta época chuvosa. Em Bissau, a situação é complicada e, em algumas zonas, os jovens assumem a iniciativa de arranjar as vias, tapando buracos.

Os residentes dos bairros periféricos têm o acesso dificultado ao centro da capital do país. É que os transportes urbanos como táxis e "toca-tocas" não têm como circular em várias artérias da capital.

Nas estradas, os motoristas ouvidos pela DW África lamentam a sitiação. "Sentimos muitas dificuldades. Nas zonas de matadouro, carro como este [por causa do buraco], se a roda não roçar o chão, não pode ir a lugar nenhum”, disse um dos condutores, cuja opinião foi subscrita por outro motorista:

"Neste momento estamos a trabalhar com muitas dificuldades. Nem na praça ou nas zonas de viação [conseguimos trabalhar], a estrada não está nada bem. Mas os polícias não olham para isso. As vezes param os condutores para falar do pisca do carro”, aponta.

E o condutor lamenta: "A estrada não vale. Há um lugar que para passar o carro que fica ainda preso, por isso não conseguimos chegar ao matadouro [terminal de toca-tocas]. Às vezes a polícia nos obriga a chegar ao matadouro, mas várias viaturas ficam no matadouro e não conseguem passar”.

Promessas do Governo

Guinea-Bissau | Straßen während der Regensaison
Motoristas queixam-se das condições das vias Foto: DW/I. Dansó

O porta-voz da Federação das Associações dos Moradores de Bissau (FAMBI), Ansumane Sani, constata outro problema e pede a intervenção do Governo: "Não há um plano urbanístico para a cidade de Bissau, isso é o maior ‘handicap' (obstáculo) e a maior dor de cabeça."

"Mesmo não tendo as estradas em condições. Mas se não há alternativas, como é que podemos circular? É uma grande preocupação”, questiona Sani.

"Até em frente ao palácio da República, na praça dos heróis nacionais, todos vimos as [estradas] esburacadas aí. Portanto, há uma necessidade imperiosa e urgente de uma intervenção atempada do Governo para minimizar o sofrimento dos moradores”, aponta Sani.

Solução para breve?

Mas ao que tudo indica o problema tem os dias contados. O diretor-geral das estradas e pontes, Braima Djassi, deu uma garantia: "Eu penso que até ao fim de semana vamos começar a reagir. A situação não pode esperar. Essa manutenção é para garantir o trânsito nesta época da chuva”.

Entretanto, em 2018, a Guiné-Bissau e a China assinaram um acordo para a construção de uma autoestrada de nove quilómetros, do Aeroporto Osvaldo Vieira a Safim, no norte do país, orçada em mais de 25 milhões de euros e suportada pelo país asiático.

Mas os trabalhos ainda não começaram, porque o Governo guineense ainda não desbloqueou o fundo para a indemnização da população cujas habitações vão ser afetadas pelas obras. 

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