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PolíticaEtiópia

Etiópia anuncia retirada de tropas da Eritreia de Tigray

Lusa
26 de março de 2021

O Governo etíope anunciou hoje que a Eritreia concordou em retirar as forças da região de Tigray, onde testemunhas denunciam pilhagens, homicídios e violações de civis. Etiópia assume guarda das zonas fronteiriças.

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Foto: Minasse Wondimu Hailu/AA/picture alliance

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, indicou que as forças etíopes vão assumir a guarda das zonas fronteiriças "com efeito imediato", de acordo com uma declaração publicada na sequência de uma visita à Eritreia.

Abiy só na última semana reconheceu a presença de soldados da Eritreia, durante muito tempo inimigos dos líderes de Tigray que em tempos dominaram o Governo da Etiópia.

Na declaração não é referido o número de soldados da Eritreia que estiveram na Etiópia, embora testemunhas tenham apontado milhares.

Até ao momento, a Eritreia, um dos países mais fechados do mundo, não emitiu qualquer declaração.

Os Estados Unidos exigiram há semanas que os soldados eritreus deixassem Tigrayimediatamente e a pressão aumentou nos últimos dias com a administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, a enviar o senador Chris Coons para a Etiópia há quase uma semana, para horas de conversações com Abiy.

Äthiopien l Premierminister Ahmed Abiy
Abiy Ahmed, primeiro-ministro etíopeFoto: Phill Magakoe/AFP

Operação militar desde novembro

Em 4 de novembro, Abiy Ahmed, Nobel da Paz em 2019, lançou uma operação militar na região de Tigray após meses de tensão crescente com as autoridades regionais da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês).

A operação foi apoiada pelas forças regionais de Amhara, região a sul de Tigray, para segurar grandes áreas depois da retirada da TPLF. Estima-se também que esta tenha sido apoiada por tropas da vizinha Eritreia, inimigo jurado das TPLF, que terão tido um papel proeminente nos combates e que são acusadas de terem realizado massacres de civis

Desconhece-se o número de pessoas, especialmente civis, mortas nos combates de Tigray. A região, próxima da fronteira com o Sudão e a Eritreia e com cerca de seis milhões de habitantes, mantém-se isolada do mundo e, apesar de alguns progressos na prestação de ajuda, os trabalhadores humanitários advertiram que os alimentos e outros apoios são insuficientes.

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