1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaCosta do Marfim

Laurent Gbagbo "feliz" por regressar à Costa do Marfim

Lusa
18 de junho de 2021

Laurent Gbagbo foi recebido quinta-feira por milhares de apoiantes, após ter sido absolvido por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional. Ex-Presidente está "feliz" pelo regresso à Costa do Marfim.

https://p.dw.com/p/3v8dM
Elfenbeinküste | Rückkehr von Ex-Präsident Laurent Gbagbo
Foto: Sia Kambou/AFP/Getty Images

"Estou feliz por voltar à Costa do Marfim e a África após ter sido absolvido" de crimes contra a humanidade pela justiça internacional, sublinhou, citado pela agência AFP.

As primeiras palavras de Laurent Gbagbo após ter aterrado foram para os dirigentes do seu partido, a Frente Popular Marfinense (FPI), depois de ter sido recebido por milhares de apoiantes.

"Fico com as lágrimas nos olhos ao pensar na minha falecida mãe", disse ainda, em referência à morte ocorrida enquanto estava detido em Haia. E acrescentou que terá a oportunidade de fazer um discurso político "mais tarde".

A absolvição em 31 de março, e a "luz verde" do seu opositor, o Presidente Alassane Quattara, em nome da "reconciliação nacional", tornou possível este regresso.

Elfenbeinküste Ankunft des Präsidenten Laurent Gbagbo
Laurent Gbagbo foi recebido por milhares de apoiantesFoto: Issouf Sanogo/AFP

"Gbagbo está aqui"

Pouco depois de descer do avião que viajou desde Bruxelas, Laurent Gbagbo entrou diretamente num carro e seguiu em direção à sua antiga sede de campanha, onde discursou para membros do partido.

Ao longo da viagem milhares de entusiastas gritaram "Gbagbo está aqui" e "Gbagbo está de regresso".

Pouco antes, jornalistas da AFP ouviram tiros e o lançamento de gás lacrimogéneo perto do aeroporto. Ao longo do dia, a polícia interveio naquela zona e surgiram fotos de feridos nas redes sociais, embora não fosse possível confirmar a sua autenticidade.

A recusa de Laurent Gbagbo em aceitar a derrota nas eleições presidenciais de 2010 frente ao atual chefe de Estado, Alassane Ouattara, desencadeou meses de violência que mataram pelo menos 3.000 pessoas e levaram o país à beira da guerra civil.

Elfenbeinküste Zusammenstöße vor Ankunft des Präsidenten Laurent Gbagbo
Dia ficou marcado por distúrbios e intervenção da políciaFoto: Diomande Ble Blonde/AP Photo/picture alliance

Mais de uma década fora do país

Laurent Gbagbo foi detido na residência presidencial e passou mais de uma década fora do país, grande parte da qual à espera de julgamento em Haia por crimes de guerra e contra a humanidade.

O ex-Presidente foi libertado há dois anos, mas tem vivido na Bélgica enquanto aguardava o resultado do recurso dos procuradores do TPI. Uma semana após a absolvição de Gbagbo, Ouattara disse que as despesas de viagem do antigo presidente, bem como as da sua família, seriam cobertas pelo Estado.

No entanto, continua a não ser claro o que acontecerá com outras acusações criminais pendentes contra o ex-Presidente na Costa do Marfim. Gbagbo e três dos seus antigos ministros foram condenados a 20 anos de prisão sob acusações de invadirem a sucursal de Abidjan do Banco Central dos Estados da África Ocidental para obterem dinheiro no meio da crise pós-eleitoral em janeiro de 2011.

O Tribunal Penal Internacional confirmou em 31 de março a absolvição, pronunciada em 2019, de Laurent Gbagbo, considerando-o definitivamente inocente de crimes contra a humanidade e abrindo caminho para o seu regresso à Costa do Marfim.

Costa do Marfim: Restaurar a imagem da Polícia