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PolíticaAlemanha

Olaf Scholz condena guerra imperialista de Putin na Ucrânia

Michaela Küfner | Rebecca Staudenmaier
24 de maio de 2022

Em entrevista exclusiva à DW, em Joanesburgo, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, compromete-se a ajudar os países em África que também sofrem com a invasão russa da Ucrânia.

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Jornalista Michaela Küfner conduziu entrevista exclusiva da DW a Olaf Scholz
Jornalista Michaela Küfner conduziu entrevista exclusiva da DW a Olaf ScholzFoto: Dirk Thiele/DW

Pôr fim à guerra da Rússia na Ucrânia "seria o melhor para todo o planeta", salientou o chanceler alemão, esta terça-feira (24.05), na cidade sul-africana de Joanesburgo.

O chefe do Governo alemão iniciou no domingo (22.05) a sua primeira visita oficial a África, onde tem estado a discutir com líderes africanos os vastos impactos da guerra na Ucrânia.

Numa entrevista conduzida por Michaela Küfner, editora política da DW, Olaf Scholz disse que a União Europeia (UE) e os Estados Unidos da América (EUA) lideram uma iniciativa para baixar os preços dos combustíveis em todo o mundo - instando os países a aumentarem a sua produção de petróleo e gás.

Scholz diz que russos já estão "a sofrer"

O chanceler criticou a decisão do Presidente russo, Vladimir Putin, de prosseguir "uma guerra muito brutal" na Ucrânia, que apelida de "abordagem imperialista".

Durante conversações diretas com Putin, Scholz disse ao Presidente russo que a guerra "nunca terá um bom resultado" para a Rússia. Acrescentou ainda que as sanções internacionais estão a atingir duramente o desenvolvimento económico do país e terão efeitos a longo prazo.

"Vão sofrer um retrocesso nas oportunidades de desenvolvimento económico durante décadas, sofrerão e estão a sofrer. E para sair disto, [Putin] tem de parar a guerra", acrescentou Olaf Scholz.

Aumentar fornecimento global de combustível

Com a guerra na Ucrânia e as sanções às importações russas de energia a contribuir para um aumento nos preços globais dos combustíveis, Scholz confirmou que os EUA e a UE estão a trabalhar em conjunto para baixar os custos.

"Se olharmos para os preços dos combustíveis, sabemos que estamos perante uma situação muito difícil. Mas é necessário que comecemos a aumentar o fornecimento" de combustíveis, acrescentou.

"Estamos agora a discutir com todos estes países que estão a explorar petróleo e gás e a tentar convencê-los a aumentar as suas capacidades, algo que ajudaria o mercado mundial", acrescentou o chanceler.

Berlim deve trabalhar nos laços com África

Scholz defendeu ainda que é vital que a Rússia acabe com a guerra na Ucrânia, não só para a segurança europeia, mas também para a paz global.

"É óbvio que muitos países estão a sofrer com esta guerra e com a agressão russa, e é por isso que estamos decididos a ajudar os países que estão a sofrer", disse o chanceler.

A Alemanha está a apoiar o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas para fazer face à escassez de cereais, que tem atingido particularmente os países em África.

Olaf Scholz visitou as tropas alemãs no Níger
Olaf Scholz visitou as tropas alemãs no NígerFoto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

Segundo Olaf Scholz, os países europeus, em particular, têm a responsabilidade de melhorar as relações e o apoio aos países que foram colonizados.

"A Alemanha e todos os países com um passado colonial têm de ser muito honestos e admitir que este passado faz parte da sua história e que têm a responsabilidade de melhorar as relações com os países, por exemplo, em África. E fazer isto é também a base para um bom relacionamento no futuro", concluiu.

Abordar o passado colonial e trabalhar para aprofundar a cooperação "é a base para um mundo multilateral", formado por "países que cooperam para um futuro melhor", disse ainda o líder alemão.

Durante a sua primeira visita oficial ao continente africano, Scholz reuniu-se já com líderes no Senegal, visitou as tropas alemãs no Níger e encontra-se agora na África do Sul para a próxima etapa da sua viagem.

"É essencial trabalharmos intensamente para termos muito boas relações com todos os Estados de África", sublinhou.

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