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Dificuldades no registo de desmobilizados da RENAMO

Arcénio Sebastião (Beira)28 de julho de 2015

O Ministério dos Combatentes de Moçambique está no terreno, em Sofala, a implementar o processo de inscrição dos desmobilizados de guerra para que possam beneficiar do Fundo de Paz e Reconciliação Nacional.

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Foto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

Em Sofala, centro de Moçambique, começaram na última sexta-feira (24.07) os trabalhos de inscrição de desmobilizados de guerra para o financiamento de projectos através do Fundo de Paz e Reconciliação Nacional. As brigadas anteriormente constituídas não conseguiram efectuar as incrições no primeiro mês de trabalho, devido a complicações ao tentar aceder às zonas com maior aglomeração de desmobilizados da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO). Reunido na Beira a 17 de julho, em Conselho Coordenador, o Ministério dos Combatentes criou brigadas multissectoriais que trabalham há vários dias no processo de inscrição.

"Temos tido dificuldades no acesso a alguns locais de concentração dos desmobilizados da RENAMO", diz Horácio Massangai, porta-voz do VI Conselho Coordenador do Ministério dos Combatentes. "É o caso das bases na província de Sofala e Matsequenhe, na província de Maputo", especifica, adiantando que "todos os esforços têm estado a ser feitos com a direcção da RENAMO" para que conceda o acesso. No entanto, "em alguns locais, os próprios residentes recomendam que não tenhamos acesso, o que dificulta o processo de registo", acrescenta Massangai. Por isso, o número de desmobilizados da RENAMO inscritos "ainda é baixo", conclui.

Ex-combatentes registam-se em Sofala

Para resolver esta questão foram criadas equipas multissectoriais com a presença de um representante da RENAMO. No entanto, só puderam iniciar os trabalhos das inscrições no dia 24 de julho. A informação foi confirmada pelo diretor provincial dos combatentes em Sofala. Ângelo José Naene explicou à DW África que uma brigada multissectorial partiu para os locais de maior concentração de desmobilizados de guerra provenientes da RENAMO, sendo que estes são os únicos que, nos últimos meses, se abstiveram da inscrição.

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"Temos uma brigada que foi trabalhar em Chemba, na sexta-feira (24.07) e no sábado (25.07) e, no mesmo dia, foi trabalhar em Sena", revela Ângelo José Naene. Deste trabalho, especifica, "foram registados um pouco mais de 200 combatentes, sem cartão de desmobilização, que eram antigas forças da RENAMO. Foram registar-se e vão beneficiar das suas pensões. Tinham um cartão da ONUMOZ [Operação das Nações Unidas em Moçambique]".

Mais de mil projectos candidatos ao Fundo de Paz

A inscrição dos desmobilizados de guerra antecede o financiamento dos projectos vindos desta camada social, que arranca no início de agosto em todo o país, de acordo com Omaia Simango, director executivo do Fundo para a Paz e Reconciliação Nacional.

Até ao momento, foram submetidos ao Fundo 1.100 projectos avaliados em 450 milhões de meticais, o equivalente a mais de 12 milhões de dólares – um valor que ultrapassa o orçamento disponível para o ano de 2015.

Segundo as expectativas do Fundo para a Paz e Reconciliação Nacional, deverão ser inscritos e financiados cerca de 94 mil desmobilizados de guerra provenientes do Governo e da RENAMO.

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