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Nyusi promete ataque reforçado contra o terrorismo

Lusa
25 de junho de 2021

Presidente moçambicano diz que haverá ataque reforçado ao terrorismo em Cabo Delgado com apoio externo. Filipe Nyusi ressalta, no entanto, que soberania não será comprometida e estará sempre na "linha da frente".

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Filipe Nyusi, Präsident von Mosambik
O Presidente moçambicano Filipe Nyusi.Foto: DW

"As valentes Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique vão intensificar as ações operativas de caça a esses criminosos, com o apoio necessário da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e outros países amigos e irmãos, sem penhorar a nossa soberania", disse Filipe Nyusi.

"Tudo faremos para que os próximos tempos sejam de desespero e agonia para os terroristas que atuam em Moçambique", acrescentou o chefe de Estado, que discursava em Maputo numa cerimónia de celebração dos 46 anos de independência do país, que hoje se assinalam.

Filipe Nyusi recordou que a SADC assumiu na quarta-feira (23.06) "apoio total a Moçambique" no combate em Cabo Delgado, "naturalmente com a linha da frente feita pelos moçambicanos", disse.

"Nunca recusou apoio"

O país "nunca recusou nenhum apoio", reafirmou o Presidente, a citar como exemplo os treinos de forças moçambicanas que decorrem com apoio dos EUA, países europeus e africanos.

BG I Alltag und Militarismus in Cabo Delgado
O quotidiano de jovens militares em Cabo Delgado, norte de Moçambique.Foto: Roberto Paquete/DW

O Presidente também saudou os jovens que compõem as FDS em combate em Cabo Delgado, realçando que hoje, no dia feriado em que se celebra a independência, eles estão em combate.

"Os bons jovens deste país estão em combate, neste momento. Celebram o aniversário da independência batendo duro o inimigo no terreno", referiu.

Combatem um inimigo cuja origem e mandantes continuam por esclarecer: "apesar de não se apresentarem publicamente" e de não explicarem "por que matam e decapitam cidadãos inocentes". Para Nyusi está claro que "querem gerar medo", para depois se apoderarem das "riquezas" de Moçambique.

Grupos armados aterrorizam a província desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islámico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732 mil deslocados, de acordo com a ONU.

 RENAMO Guerillakämpfer in Gorongosa, Mosambik
O comandante Mariano Nhongo.Foto: DW/A. Sebastiao

"Tira-nos o sono"

"Tira-nos o sono" o terrorismo em Cabo Delgado, referiu Nyusi, a par da dissidência de alguns ex-guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), no centro do país - que o levou a fazer hoje um novo apelo ao seu comandante, Mariano Nhongo, para que adira ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) em curso no país.

Filipe Nyusi apelou ainda ao cumprimento das medidas de prevenção da Covid-19, um dia depois de ter anunciado o agravamento de algumas das restrições no âmbito do estado de calamidade no país.

Em causa está a iminência de uma terceira vaga da pandemia. Moçambique tem um total acumulado de 863 mortes e 73.652 casos, dos quais 95% recuperados e 103 internados.

Maio foi o mês com o número mais baixo de casos e de mortes por Covid-19 desde o pico de 274 óbitos e mais de 20 mil infeções em fevereiro. No entanto, o cenário mudou nas últimas semanas.

O Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira (24.06) mais seis mortes, subindo para 29 o número de óbitos registados este mês, "superior ao total de óbitos (22) do mês de maio".

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