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Filipe Nyusi otimista com os resultados da sua visita

Nádia Issufo (Bruxelas)22 de abril de 2016

No fim da sua visita a Bruxelas, o Presidente Filipe Nyusi destacou a necessidade de resgatar a confiança junto das instituições financeiras internacionais, na sequência dos escândalos financeiros que agitam Moçambique.

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Foto: Acamo Maquinasse

Num encontro com a imprensa em Bruxelas, no final do périplo europeu iniciado na passada terça-feira (18.04) e marcado por encontros com representantes da União Europeia (UE), Filipe Nyusi garantiu aos jornalistas que os 28 países membros da UE querem o fim da tensão política em Moçambique.

Os empréstimos ocultados aos moçambicanos, aos doadores internacionais e às instituições financeiras parceiras para a criação de empresas de natureza pouco clara foram discutidos nos encontros na capital belga, mas só no final dos encontros o chefe de Estado moçambicano decidiu apresentar o seu balanço dos contatos sobre este problema que preocupa tanto a comunidade internacional como os moçambicanos no país.

"Falamos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e fomos encorajados a seguir em frente. Até nos disseram que não podemos ficar desesperados porque o mérito da saída é precisamente como saimos, como encaramos o probema e como relacionamos com o problema".

"Atual dimensão da dívida preocupa-nos"

Por outro lado, o Presidente Filipe Nyusi lembrou que Moçambique não é o único país do mundo com dívidas. "Tem-se dito que Moçambique não é dos países mais endividados, mas a atual dimensão dessa dívida preocupa-nos, sobretudo se ela é ou não sustentável. Para nós, o importante é contrair dívidas sustentáveis e que num certo período compensme e justifiquem os investimentos. Aliás todos os países contraem dívidas para poderem realizar o seu desenvolvimento em vários domínios e o bem estar do seu povo".

Schiffe von EMATUM in Mosambik
Foto: EMATUM

Enquanto em Bruxelas o Presidente moçambicano se mostrava otimista e confiante na solução da atual crise em que o seu país se encontra mergulhado, mais um escândalo vinha à tona: uma dívida de 250 milhões de dólares que terá sido contraída pelo ministério do Interior.

Algo de que não se fala é sobre a responsabilização das iniciativas empresariais pouco claras. Esclarecimentos públicos detalhados não são um assunto para o Governo. Mas quanto ao desempenho das empresas, o Presidente moçambicano quer um maior cometimento dos seus acionitas.

Nyusi referiu-se especificamente ao caso EMATUM: "Já demos o primeiro passo com a sua reestruturação. Estamos a trabalhar nessa e nas outras dívidas que se seguem. A empresa foi criada para pescar o atum, mas não está a conseguir honrar os seus compromissos. Então, para que o país não fique na situação em que se encontra estamos a tomar algumas medidas, nomeadamente escalonando a dívida".

O Presidente moçambicano admitiu que a empresa tem de produzir. Caso contrário, "tem de ser reestruturada e os acionistas exigem o cumprimento das obrigações. Temos de fazer com que esta empresa pesque e ganhe dinheiro, como outras do género que existem no mundo", concluiu Nyusi.

UE preocupada com crise política

Não menos preocupante para os 28 é a crise política ou a guerra que Moçambique vive atualmente. Filipe Nyusi disse no seu balanço que a UE está diposta a apoiar na resolução da crise, aliás, esta é uma intenção frequentemente manifestada pela União.O Presidente moçambicano frizou que um dos desejos manifestados pela UE, por sinal, não coincide com a posição da RENAMO.

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"O dossier da paz não é só para permitir os investimentos. Os europeus querem que Moçambique esteja em paz. Por isso mesmo não querem aceitar que Moçambique vive esses desencontros. O problema é assegurar que a democracia continue, porque se chegarmos a uma fase em que se negoceia tudo depois das eleições é assassinar a democracia".

Ainda segundo Filipe Nyusi, "também está a ficar claro que a democracia não compadece de um partido armado. Mas os europeus continuam a dizer que temos que nos encontrar visando soluções que sejam do entendimento comum. Do nosso lado, continuamos a dizer que não devemos polarizar a discussão da paz em Moçambique, mas sim a paz tem que contar com o concurso da comunidade internacional. Os moçambicanos merecem a paz".

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